Elvas: uma cidade a combater a pandemia

A cidade resiste à entrada da doença, mesmo estando a dois passos de Espanha, onde o número de contágios não cessa. Nuno Mocinha anunciou um pacote de medidas para auxiliar a população.

Elvas é, neste momento, uma cidade que só tem um objetivo: combater a pandemia de Covid-19. Portas-meias com Espanha, onde o número de pessoas contagiadas não cessa de crescer, a cidade portuguesa parece parada no tempo. Nas ruas quase não se avista mais ninguém senão os funcionários municipais que procedem às operações de limpeza e desinfeção. Os zero casos de pessoas contaminadas tranquilizam, mas não dão tréguas.

“Na fronteira (Elvas dista 11 quilómetros de Badajoz) continuam a passar os camiões que transportam produtos essenciais entre os dois países e circulam os cidadãos portugueses e espanhóis que trabalham num lado e residem noutro. Há uma absoluta normalidade dentro das imensas restrições”, confirmou ao Semmais Digital um funcionário municipal.

As ordens para que a população se mantenha nas suas residências têm sido acatadas e, até ao momento, não há registo de intervenções mais musculadas por parte das autoridades. Esse é um dos motivos de algum regozijo evidenciado pelo presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, que através de comunicados e intervenções via online tem vindo a comunicar com a população.

As medidas tomadas até ao momento, segundo disse o autarca, não se restringem ao processo de higienização e desinfeção dos locais públicos. Há um vasto leque de ações de apoio social que visam, sobretudo, a defesa dos mais idosos, mas também dos jovens.

Enquanto aos mais velhos lhes é pedido para não saírem de casa sobre qualquer pretexto, uma vez que a câmara e as juntas de freguesia lhes fazem chegar aos domicílios os alimentos e os medicamentos necessários, aos jovens, com especial incidência sobre os que são filhos de pessoas que, devido às suas profissões têm agora de combater o vírus nas ruas, é assegurado o fornecimento de refeições (na Escola de Santa Luzia).

Nuno Mocinha diz que os efeitos nefastos desta pandemia não se vão restringir apenas a este momento de alastramento do contágio. Para o presidente da Câmara de Elvas, depois de ultrapassado o pico da doença, restarão inúmeras sequelas, muitas delas de caráter financeiro, que terão de ser atenuadas. Assim, para, por exemplo, proteger o comércio, o autarca anunciou a isenção de pagamento de taxas aos proprietários de esplanadas e a todos os que vendem no mercado municipal. Também os que têm arrendamentos de imóveis camarários dispõem agora de um período até final do ano para poderem resolver os respetivos pagamentos. Foi também determinada a isenção de pagamento da derrama até final do ano.

A Câmara Municipal, disse ainda Nuno Mocinha, cancelou todos os eventos que estavam programados para os próximos meses mas, prevendo que depois de ultrapassada esta fase da disseminação da doença seja necessário revitalizar todos os setores de atividade da cidade, anunciou que irá promover a visita a monumentos e espaços culturais completamente grátis. “É uma forma de auxiliar a hotelaria e a restauração”, disse o autarca.

Por fim, o autarca quer também enaltecer a disponibilidade da população em geral, assim como a de diversas associações ligadas aos mais diversos setores de atividade, que se têm voluntariado para várias ações, desde a limpeza de espaços públicos ao fornecimento de refeições a quem mais necessita.