Preço de carne suína na China dispara e favorece produtores alentejanos

O preço da carne de porco subiu 97% em dezembro, apesar do aumento das importações. Há produtores alentejanos que, atualmente, exportam o total da produção para a China.

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O fenómeno, provocado sobretudo pelo surto de peste que fez a China perder cerca de 25% da sua produção de carne de porco, tem beneficiado os produtores alentejanos.

Do matadouro da Maporal, em Reguengos de Monsaraz, saem todas as semanas perto de 150 toneladas de carne com destino ao oriente. “E se produzíssemos mais, vendíamos mais”, garante o diretor comercial do matadouro Marco Henriques que, em outubro de 2019, arriscou dizer à Lusa que, “para 2020, já tenho os porcos todos vendidos”.

O volume de negócios da empresa deve ultrapassar, este ano, os 100 milhões de euros, e a Maporal está já a ampliar o matadouro e vai passar de 70 para mais de 180 funcionários, mas admite nunca conseguir dar resposta a tanta procura. “O que enviamos num ano não chega para alimentar uma província chinesa durante uma semana”, afirmou o mesmo responsável.

“Nesta fase estamos a mandar todo o produto para a China por causa da sua situação específica, mas se eles pararem de comprar não teremos problema. Estamos a usar a China para catapultar o início do negócio, mas vendemos para mais de 40 países”, incluindo Coreia do Sul, Japão, Colômbia ou Chile.

O preço da carne de porco, a principal fonte de proteína animal na cozinha chinesa, quase duplicou em dezembro de 2019 (subiu 97%) face ao mesmo mês de 2018, e puxou a inflação em todo o setor alimentar para o nível mais alto dos últimos sete anos, agravando os efeitos da desaceleração da economia chinesa e de uma prolongada guerra comercial com os Estados Unidos.