O deputado do PS Luís Capoulas Santos diz que a criação dos acessos do Hospital Central do Alentejo são responsabilidade do município, mas o comunista João Oliveira contesta e defende outra solução.
“A informação de que disponho, dos contactos que tenho tido, quer com o Ministério da Saúde, quer com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, é que o que estará acordado é que as acessibilidades são da responsabilidade da câmara”, afirmou Luís Capoulas Santos, em declarações à Lusa.
O deputado socialista considerou que “era importante” que a Câmara de Évora, de maioria CDU, informasse sobre “qual o estado dos projetos e da adjudicação”, salientando que “é fundamental que essa obra esteja concluída simultaneamente com a do hospital, em 2022”.
Segundo Luís Capoulas Santos, eleito pelo círculo de Évora, o novo Hospital Central do Alentejo, a construir na periferia de Évora, vai ter ligações rodoviárias às estradas nacionais 114, que liga a Montemor-o-Novo, e 380, faz ligação a Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo.
Em declarações à Lusa, o líder parlamentar do PCP e deputado eleito por Évora, João Oliveira, disse estranhar como é que as responsabilidades de construir os acessos foram entregues à câmara municipal.
“Uma das questões que, durante muito tempo, se foi discutindo foram as acessibilidades da futura unidade hospitalar, sem se perceber, exatamente, como é que essas responsabilidades ficaram atribuídas”, referiu.
“Num investimento de 183 milhões de euros, era muito difícil que não se encontrasse uma solução também para resolver esse problema e estou certo que, na articulação que tem que haver entre as várias entidades, há de se encontrar uma solução”, acrescentou.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Évora, o comunista Carlos Pinto de Sá, manifestou preocupação com as acessibilidades, mas também com a criação das redes de água, saneamento, eletricidade e telecomunicações e ainda com terrenos privados, que é necessário expropriar.
“Este conjunto de preocupações não tem tido resposta por parte do ministério”, disse o autarca, indicando que o município está disponível para “elaborar os projetos das acessibilidades e das redes de águas e esgotos”.
Contudo, “cabe ao Governo garantir as obras e o financiamento das acessibilidades e das redes”, vincou, sublinhando que “são obras do hospital e que, como em qualquer outra obra, cabe ao dono da obra assegurar essas questões”.
“A nossa preocupação é que os terrenos privados a expropriar precisam de ser negociados e só o Governo o pode fazer e isso não está a ser tratado. Esse é o primeiro passo, os outros a câmara continua disponível e a aguardar que haja uma resposta”, concluiu.