BE e PCP alertam para instalação de olival superintensivo perto de habitações

A instalação de um olival superintensivo em Veiros, concelho de Estremoz, a escassos metros das habitações, está a preocupar a população devido aos impactos que pode causar na saúde e no ambiente, segundo PCP e BE.

 

Os dois partidos, em comunicados distintos, manifestaram esta preocupação da população de Veiros, sobretudo dos moradores do Baldio da Eira, por estar a decorrer perto das casas a preparação de terras para a instalação do olival, que necessita da “utilização intensa de fitofármacos”.

A Direcção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP refere que as culturas agrícolas associadas aos regimes de produção intensivo e superintensivo se caracterizam por “exigirem a utilização intensa de fitofármacos, sendo natural que as populações fiquem preocupadas com os impactos na saúde, no ambiente e consequentemente na qualidade de vida”.

“Neste caso, colocam-se preocupações acrescidas quanto à defesa da saúde das pessoas, na medida em que as culturas confinam com habitações, a par de preocupações relativas à possibilidade de contaminação de aquíferos e do ar e à erosão dos solos a médio prazo”, acrescenta a nota.

O PCP tem alertado o Governo e “apresentado soluções para que o problema seja resolvido por via do controlo e monitorização das culturas já existentes”. Além disso, tem pedido a definição de regras que evitem a expansão da área dedicada a culturas intensivas e superintensivas e limitem a sua instalação em zonas confinantes com aglomerados populacionais ou zonas residenciais.

O PCP “exige ao Governo que esclareça as condições em que aquelas culturas estão a ser instaladas em Veiros e que intervenha no sentido de assegurar às populações a sua saúde e a qualidade de vida a que têm direito”. Por isso, pediu esclarecimentos ao Ministério da Agricultura e ao Ministério do Ambiente e da Acção Climática.

Também numa nota de imprensa, a Comissão Coordenadora Distrital de Évora do BE afirma que a instalação do olival está a “10 metros das habitações”, e “põe em risco a qualidade de vida e a saúde” das populações.

“Também são relevantes os impactos face à poluição das terras e das águas de superfície e dos freáticos, dada a grande utilização de agroquímicos nestes olivais superintensivos”, acrescenta o BE, referindo que já endereçou perguntas parlamentares à ministra da Agricultura e ao ministro do Ambiente e Acção Climática, para obter esclarecimentos sobre se estes governantes têm conhecimento da instalação do olival e que “diligências vão desenvolver para proteger as habitações e a população de Veiros”.

De acordo com informação obtida pelo partido, trata-se de um projeto aprovado pelo Ministério da Agricultura para “financiamento com dinheiros nacionais e comunitários”, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.