Venda de água do Alqueva rendeu 19,2 milhões de euros à EDIA

O acréscimo de 5,5 milhões em 2019, em comparação com 2018, ficou a dever-se à seca e ao maior perímetro de rega.

O negócio da distribuição de água para rega rendeu, em 2019, à Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) 19,2 milhões de euros, mais 5,5 do que havia sido obtido no ano anterior. A seca e o aumento da área de rega estarão na razão deste aumento.

“Os regantes gastaram mais água e a empresa distribuiu e faturou um volume superior”, disse à Lusa o presidente da EDIA, José Pedro Salema, que salientou ainda o facto de a área regada ter aumentado cerca de 14 por cento, o que na prática se traduziu em mais 375 milhões de metros cúbicos de água fornecidos em 2019.

O aumento da receita obtida no fornecimento de água significou, igualmente, um acréscimo no volume de receitas da empresa, que em 2019 chegou aos 33 milhões de euros, conforme salientou José Pedro Salema.

Recorde-se, tal como o Semmais Digital já noticiou, que a EDIA se queixou esta semana de que 2.058 regantes do Alqueva tinham taxas em atraso, derivadas do consumo de água e de operações de conservação. O montante total ascendia a 5,2 milhões de euros.

Na mesma ocasião, em declarações à nossa redação, o presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo, Francisco Palma, desvalorizou os valores em atraso, considerando que tal poderia ser consequência de muitos agricultores estarem à espera de obterem, no final de março, as receitas que lhes possibilitem pagar as dívidas.

Nos primeiros dois meses deste ano, foram regularizados 1,42 milhões de euros e, atualmente, há 1.400 clientes que devem 3,78 milhões de euros, dos quais 550 mil euros estão abrangidos por acordos de pagamento negociados entre a EDIA e devedores, referiu José Pedro Salema.