Cooperativa quer suspensão de atividade e subsídio para pescadores de Setúbal

O presidente da SESIBAL, uma cooperativa de pesca da região de Setúbal, defendeu hoje a suspensão da atividade e a atribuição de um subsídio aos profissionais da pesca, face ao risco de contraírem a Covid-19.

“Os pescadores das traineiras da pesca da sardinha estão em contacto permanente uns com os outros e trabalham num espaço exíguo, pelo que não podem observar as recomendações da Direção-Geral da Saúde para prevenir a propagação da doença”, justificou Ricardo Santos, dirigente da SESIBAL, Cooperativa de Pesca de Sesimbra, Sines e Setúbal.

Em declarações à Lusa, Ricardo Santos lembrou que cerca de 70% das embarcações de pesca que se dedicam à pesca da sardinha estão paradas há quase seis meses e só retomam a atividade no final de maio, devido ao longo período de defeso biológico da sardinha.

“Para tentarem sobreviver, alguns pescadores continuam a sair para o mar, à procura de espécies de menor valor comercial, mas já todos percebemos que estes profissionais estão a correr um risco muito grande de contraírem e propagarem a doença Covid-19, até porque a maioria não dispõe de materiais de proteção individual – máscaras e luvas – que não estão disponíveis no mercado”, disse.

“É, por isso, que defendemos que deveria haver uma suspensão da atividade e a atribuição de um subsídio aos profissionais de toda a frota nacional”, reiterou o presidente da SESIBAL, lamentando que, até agora, não tivesse havido qualquer manifestação de preocupação nesse sentido, por parte do Governo e dos principais partidos políticos.