Dezenas de temporários terão sido dispensados. Os restantes trabalhadores fazem rasteio da Covid-19 durante o horário de descanso.
O secretariado da Comissão Concelhia do Partido Comunista Português (PCP) de Setúbal emitiu uma nota em que denúncia o despedimento de “dezenas de trabalhadores com vínculo temporário, e que deveriam ser efetivos, pois que ocupam postos de trabalho permanentes, na empresa Lauak”, multinacional da indústria aeronáutica.
A Lauak, diz o PCP, tem cerca de 700 trabalhadores que produzem componentes e partes de aviões para vários fabricantes e tem aumentado anualmente o seu volume de negócios e os seus lucros. Em 2018 os proveitos terão sido superiores a quatro milhões de euros e, nesse mesmo ano, beneficiou de apoios comunitários (FEDER) de 7,9 milhões de euros. Estes números servem para classificar o despedimento de “absurdo”.
O PCP afirma ainda que a empresa terá também alterado os horários de trabalho sem que antes tenha transmitido tal determinação aos trabalhadores no prazo legalmente estipulado. Assim, os operários são agora obrigados a apresentar-se com meia hora de antecedência para que lhes seja medida a temperatura. Diz uma nota do mesmo partido que esta tarefa está a ser executada fora das normas de segurança e saúde, devendo a mesma ser da responsabilidade de pessoal habilitado e executada durante o horário de trabalho e não no período de descanso.
Por fim, o PCP diz que esta medida é oportunista por parte da multinacional francesa, que aproveita os problemas causados pela pandemia para assim se livrar de trabalhadores que, no seu entendimento, já deveriam integrar os quadros de pessoal efetivo.