Populismo? Que populismo?

Vivemos uns tempos estranhos, cheios de novidades e contradições. Somos cada vez mais um mundo de confrontações, algumas delas nem sequer bem compreendidas pelos seus actores, principais ou secundários.

Sou militante de um partido político designado por CDS-Partido Popular. Quando me filiei, há mais de 40 anos, chamava-se CDS e era claramente democrata cristão. E quando a denominação se alterou, nada mudou na sua postura ideológica.

O CDS-PP foi sempre um partido conservador, humanista, com princípios muito tradicionais e profundamente arreigados ao ser português.

Hoje em dia querem que o partido seja populista! E o que significa isso? Cavalgar temas fracturantes que colhem nas redes sociais? Questionar o sistema evidenciando todas as suas deficiências, sem apresentar qualquer solução? Essa não é a minha visão da sociedade.

A nossa visão da sociedade está profundamente ligada a referências tradicionais, como a centralidade da família, o respeito pelas instituições, o amor pela Pátria, o orgulho na nossa história, a crença na capacidade do indivíduo.

Não compactuamos com comportamentos disruptivos. Vandalizar, destruir, agredir, não são posturas aceitáveis na vida em sociedade. A defesa de causas feita na rua com recurso a violência é o inverso daquilo que deve ser a defesa de valores.

Somos antirracistas, mas não o demonstramos partindo montras ou derrubando estátuas.

Somos pelos direitos da mulher, mas não as defendemos procurando que elas choquem os seus pares para se tornarem visíveis.

Somos sensíveis aos problemas da imigração, mas preocupa-nos que estejamos a receber imigrantes para engrossar um conjunto de pessoas a quem não são dadas condições para se tornarem úteis, incentivando a sua dependência de subsídios.

Se somos populistas? Não sei?

Se ser populista é dizer que todos os políticos são corruptos e depois, no dia das eleições ir para a praia, não somos populistas! Se ser populista é agir politicamente em função da raça, da religião ou das opções sexuais das pessoas, não somos populistas! Se ser populista é agarrar em pedras e vir desafiar os vândalos de esquerda para a rua, não somos populistas.

Queremos uma sociedade respeitadora, em que o ser humano seja o centro da equação. Queremos instituições sólidas e credíveis. Queremos um estado liberal, com respeito pela individualidade de cada um, pela propriedade e pelo esforço dedicado à construção de uma vida produtiva.

Os nossos princípios são os que sempre foram! Aliás, é isso que significa ser Conservador!!!

Paulo Santos
Presidente da C.P.C. do CDS-PP de Setúbal