Castelo de Portel vai ser reabilitado num investimento de 798 mil euros

O município de Portel lançou um concurso público para a reabilitação do castelo da vila, com um valor base de 798 mil euros. O monumento não é alvo de obras desde a década de 1960.

A intervenção visa a “recuperação e a valorização” do castelo, classificado como monumento de interesse nacional, devendo os trabalhos decorrer durante um período de 545 dias, indicou a câmara de Portel, entidade adjudicante da obra.

Em declarações à Lusa, o presidente do município, José Manuel Grilo, lembrou que desde os anos 60 do século passado que não há registo de obras de manutenção no castelo, fundado há 758 anos, e que esta intervenção pretende tornar o espaço “mais acessível” para os visitantes.

“O castelo não está em risco de ruína, mas começa a haver nalgumas muralhas situações que devem ser intervencionadas para torná-lo mais acessível”, sublinhou o autarca.

As obras, que deverão arrancar até ao final deste ano, vão centrar-se na “reconsolidação” estrutural de torres, muralhas e outros elementos estruturais e desmontes, tendo um acompanhamento arqueológico.

José Manuel Grilo explicou que o castelo pertence à Fundação Casa de Bragança, tendo sido celebrado com o município um contrato de comodato para que este projeto pudesse ser uma realidade.

Além deste acordo, foi celebrado um outro contrato com a Direção Regional de Cultura do Alentejo, tendo em vista, entre outros pontos, o “acompanhamento arqueológico”.

A obra vai contar com o apoio de fundos comunitários, cabendo a contrapartida nacional ao município (25% do valor total da obra).

“Acaba por ser uma obra com muita mão de obra, muitas das coisas são desmontadas à mão, neste tipo de intervenções não há betão e são trabalhos que demoram o seu tempo e que têm de ser acompanhados tecnicamente, quer por arqueólogos, quer por quem saiba destas intervenções nos monumentos”, disse.

Segundo José Manuel Grilo, o castelo, “ex-líbris” do concelho, “merecia” esta intervenção, uma vez que estão a decorrer obras nas zonas de acesso ao monumento. “É valorizar esta área toda que estava meio abandonada, chamemos-lhe assim, e que melhora muito aqui esta ‘sala de visitas’”, acrescentou.

Além destas obras, o autarca manifestou intenção de equipar as duas salas das torres do castelo com espólio que retrate a história do monumento. “Nós temos um outro projeto, onde vamos ter um centro de interpretação do castelo para que, quem nos visite, tenha algum enquadramento histórico”, referiu.