A ACOS quer promover a renovação do montado, criar reservatórios de água, criar cluster alimentar no Sul e aumentar o perímetro de rega do Alqueva.
A Associação de Agricultores do Sul (ACOS) pretende que se invista no montado, que se alargue a área de regadio do Alqueva e que se crie um grande cluster agroalimentar na região. Estas são as propostas apresentadas ao Governo, no âmbito do processo de discussão pública da “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030”
No sector das florestas, a ACOS entende que é necessário definir estratégias específicas na área do ecossistema montado, para que se consiga reverter o declínio, agravado pelo impacto das alterações climáticas. De acordo com a associação importa salientar importância económica, social e ambiental deste ecossistema e a multiplicidade de atividades e produtos daí provenientes.
No âmbito da exploração do espaço Hinterland Ibérico proposto pelo plano, a ACOS, com sede em Beja e representante de cerca de 2.000 sócios de todas as áreas profissionais ligadas à agropecuária em todo o sul do País, propõe a criação de um grande cluster agroalimentar do Sul. Esta aposta deverá abranger as “culturas do regadio do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, as culturas hortofrutícolas do Litoral Alentejano e do Algarve e a grande diversidade de produtos de origem animal, de elevada qualidade, oriundos da pecuária extensiva desta vasta região do Sul de Portugal”. Para reforçar o conceito deste espaço geoeconómico, e para uma efetiva aproximação às regiões transfronteiriças da Andaluzia e Extremadura, torna-se essencial “o aproveitamento e a viabilização de acessibilidades e infraestruturas de transporte, existentes e a desenvolver, designadamente, o Aeroporto de Beja, a ferrovia e a rodovia”, conforme salienta o presidente da associação, Rui Garrido.
No que se refere ao regadio, diz a associação que o desenvolvimento e a adesão dos agricultores ao empreendimento de Alqueva tem vindo a demonstrar a necessidade de garantir volumes de água para este fim. Assim, a ACOS diz que seria fundamental contemplar alguns investimentos em mais estruturas de captação/retenção de água, aumento do volume de alguns reservatórios do sistema e abordar a construção de nova/novas barragens para fins ecológicos, designadamente para garantir o caudal do Rio Guadiana. Os agricultores ficariam com o compromisso de gerir de modo eficiente a água de rega através da utilização das tecnologias mais avançadas.
Por fim, relativamente ao combate à desertificação e como medidas de mitigação das alterações climáticas, a ACOS recomenda a construção de reservatórios de água geograficamente distribuídos por toda a região Sul do país. Esta será uma forma de evitar o desperdício para o mar e promover formas de abastecimento às populações, à agricultura e à pecuária.