Desculpem

Parafraseando o saudoso Raúl Solnado começo por dizer: “Desculpem qualquer coisinha”.

Vem isto a propósito dos momentos que todos estamos a viver e só temos culpa disso por estarmos vivos.

A pandemia, esta sem culpa de ninguém (digo eu que não sei nada de ciência) tem-nos – a uns mais do que a outros, como é evidente – afastado fortemente dos hábitos e atirado para novas posturas que já se começam a implantar como imprescindíveis a uma vida normal.

E as desculpas começam para ser endereçadas aos membros do Governo que todos os dias nos assaltam com números e mais números que muito parecem querer dizer mas que para a esmagadora maioria da população – para não dizer a totalidade – nada significam pois não têm qualquer função prática e útil, a não ser a de nos assustar quando certamente o objectivo seria informar.

É certo, disto todos temos a mínima noção, de que não devemos andar em grandes molhadas e grupos, e até se proibiram os acessos às bancadas dos campos de futebol e outras modalidades, mas de vez em quando lá surge um espectáculo “cultural” pois é preciso – e disso ninguém dúvida – proporcionar algumas receitas aos artistas.

Os Centros de Saúde ligam para os mais idosos para marcarem a vacina contra a gripe, mas só o fazem uma vez e se a pessoa não atendeu lá terá de se sujeitar às bichas infindáveis e demoradas para tentarem a sua oportunidade. Isto para não referir que a citada vacina ali estará em falta, tal como nas farmácias.

Mas agora lá apareceu a ministra da Saúde a revelar-nos que já há quatro planos para a vacinação contra o Covid-19, assim que esteja disponível.

Somos suficientemente tolerantes para achar que esta seria uma boa notícia, e voltamos a pedir desculpa, mas não acreditamos que seja uma oportuna informação para ocupar minutos sobre minutos nas rádios e televisões.

Com tudo isto insisto no que há muito digo e tenho como postura: O dia de amanhã será melhor do que o de ontem.

FIO DE PRUMO
Jorge Santos
Jornalista