O acto eleitoral já aconteceu há uma semana e, ao contrário do que muitos diziam esperar, não trouxe grandes novidades, embora alguns teimem em atirar foguetes porque ficaram um ponto à frente do que consideraram adversário, esquecendo-se de que o objectivo era “carimbar o passaporte” para entrar no Palácio de S. Bento ou, em alternativa, conseguir uma segunda volta no sufrágio, com o mesmo objectivo.
Não adianta aqui salientar um ou outro pormenor menos agradável na tranquila campanha eleitoral, pois até há quem diga – talvez sem errar – que terão havido cenas previamente elaboradas com o objectivo de dar nas vistas perante os mais distraídos ou alheados desta acção de civismo que é o de eleger quem nos representa.
A campanha e a própria eleição do Presidente da República ficou marcada por quase um ano de perturbação do dia-a-dia motivada pela pandemia e pelos vários condicionalismos, respeitado por muitos e desprezados por outros, mas que certamente com o crescente número de mortes, de internados e de infetados, foi instalando o medo que acabou por não se notar muito se bem que a abstenção não passasse despercebida.
Neste capítulo temos também de considerar que muitos já tinham dado o professor Marcelo como reeleito e não viam nos restantes candidatos quem lhe conseguisse fazer frente.
De imediato aparecerão os que se esforçarão para traduzir estes resultados em “sondagem” credível para as próximas eleições autárquicas assim como para as legislativas que ainda estão muito longe.
Aqui e ali irão aparecer “estórias” para criar pistas para que o renovado Presidente tenha oportunidade de substituir o Governo, esquecendo-se de que a recandidatura aconteceu por estarmos – sem saber quando dela sairemos – a viver uma pandemia que aos poucos se vai agravando.
Resta-nos ficar vigilantes para que quem decide receba a luz da sabedoria para que possamos continuar a sonhar com um futuro melhor.
FIO DE PRUMO
Jorge Santos
Jornalista