O fecho da restauração e comércio devido às medidas para combater a covid-19 é criticado pelos empresários de Elvas, que consideram o cancelamento do Carnaval, uma época forte, mais um “grão de areia na engrenagem”.
“O Carnaval em Elvas mexia principalmente com a restauração, com o comércio. Há sempre dois dias, pelo menos nesta época, em que vinham uns largos milhares de pessoas a Elvas”, recordou hoje o presidente da Associação Empresarial de Elvas, João Pires, em declarações à agência Lusa.
Além de dar “muita vida” à cidade, João Pires explicou que o Carnaval Internacional de Elvas, promovido pela câmara municipal, costuma beneficiar, meses antes, o setor do comércio, que aproveita estas festividades para vender fatos alusivos à época, sendo também positivo para os serviços de costura.
“Isto é tudo uma ‘bola de neve’, todos (comerciantes) beneficiam uns dos outros”, pelo que o cancelamento do Carnaval, devido à pandemia, é “mais um ‘grão de areia’ a complicar a situação”, lamentou.
Sem avançar uma estimativa em termos de perdas, João Pires acredita que os prejuízos no investimento indireto, que inclui a restauração, devem situar-se “acima dos 50 mil euros”.
A edição deste ano do Carnaval Internacional de Elvas foi cancelada em setembro do ano passado.
Numa nota divulgada pelo município de Elvas, em fevereiro de 2020, por ocasião da última edição do Carnaval, era explicado que a iniciativa previa um investimento de 65 mil euros.
De acordo com a mesma nota, estavam programados desfiles pelas ruas do centro histórico com sete grupos de Elvas e grupos de comparsas de Badajoz e de Olivença (Espanha), num total de mais de mil participantes, a que se juntavam, de forma espontânea, centenas de mascarados.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Elvas, Nuno Mocinha, sublinhou que o evento “mexe com a cidade” e é um dos que “marca” o ano no concelho.
O autarca reconheceu que existe “uma grande vontade” por parte dos empresários para que a vida regresse ao “normal”.
“Este confinamento é bom para a saúde, não é bom para a economia, e o que sinto, tanto do setor hoteleiro, quer da restauração e do comércio, é que estão desejosos de que possamos ter uma vida normal, para que possam desenvolver as suas atividades”, disse.