Universidade de Évora coordena novos laboratórios sobre património e sustentabilidade

A Universidade de Évora vai coordenar dois novos laboratórios associados, com um total de quase 650 investigadores, um sobre Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal e o outro na área do Património, Artes, Sustentabilidade e Território.

Em comunicado enviado à nossa redação, a academia revelou que, “pela primeira vez, vai coordenar” dois novos laboratórios associados, financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Os laboratórios associados, explicou, “são infraestruturas que visam atingir metas estabelecidas no âmbito da política científica e tecnológica em Portugal”.

Uma destas estruturas lideradas pela UÉ designa-se CHANGE (ou seja, mudança) e é dedicada à Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal, enquanto a outra, o IN2PAST, está centrada no Património, Artes, Sustentabilidade e Território.

A academia alentejana lembrou que, nos últimos anos, tem estruturado a sua atividade “em torno de áreas âncora”, em que a agricultura, a alimentação e ambiente, o mediterrâneo e as ciências do património “ocupam um lugar central”.

Daí que, a atribuição do estatuto de laboratório associado aos dois consórcios de instituições de Investigação e Desenvolvimento (I&D) liderados pela UÉ reafirme “que o projeto estruturante da universidade está no caminho certo, salientou a reitora, Ana Costa Freitas, citada no comunicado.

O CHANGE, coordenado por Teresa Pinto Correia, conta com uma “equipa de 316 investigadores integrados”, sobretudo em Évora, Beja, Faro e nos Açores, e quer “promover ligações interdisciplinares e contribuir para tornar o ambiente mais resiliente e economias mais sustentáveis”, resumiu a academia.

O laboratório envolve o MED – Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento da UÉ, o Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e o Centro de Ecologia, Evolução e Mudanças Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Teresa Pinto Correia exemplificou que “quando um produtor se vê confrontado com a escassez ou a redução da água disponível e tem que equacionar como vai mudar o seu sistema produtivo”, é preciso “encontrar alternativas”.

Torna-se necessário “construir soluções de política pública que contribuam para uma economia competitiva, mas também eficiente no uso dos recursos e ambientalmente sustentável e que, de facto, possa ajudar o país a fazer face às alterações climáticas e a todas as alterações globais em curso e as futuras”, acrescentou.

Quanto ao IN2PAST, coordenado por António Candeias, está vocacionado para a preservação, estudo e promoção do património cultural e pretende “fazer do património e das artes atores centrais no desenvolvimento da sociedade, tornando-os significativos, sustentáveis e acessíveis num mundo cultural em constante mudança”.

“Atrair talento para a estratégia nacional de emprego científico e carreiras científicas, e por outro lado, ser um ator fundamental para as políticas públicas na área do património, das artes e da memória coletiva constituem-se como objetivos centrais do IN2PAST”, disse a UÉ.

Este consórcio conta com uma equipa de 331 investigadores, bem como equipamentos “únicos no mundo para o estudo do património”, localizados sobretudo no Laboratório HERCULES da UÉ, e é constituído por sete unidades de I&D de cinco universidades portuguesas.

“Abre-se agora uma nova oportunidade para o estudo e intervenção nas áreas do património cultural, das artes e das políticas de memória, suportado pelo desenvolvimento da carreira de investigação nestas mesmas áreas” considerou o coordenador do laboratório, que “combina investigação multidisciplinar e transdisciplinar” – química, arqueologia, estudos artísticos, história, estudos musicais antropologia – com “uma capacidade laboratorial instalada de Évora ao Minho”.