Portugal não mandou nenhuma missão espacial a Marte. Sorte a de Marte. E da humanidade.
Está bom de ver que se o tivéssemos feito, a esta hora já lá estariam nãos os astronautas e os equipamentos, mas alguns presidentes de câmara amigos do director do projecto, mais um genro dele que queria muito conhecer Marte, mais a pasteleira, da pastelaria ao lado da casa dele, que lhe levava sempre pão quentinho e, quando se fosse a ver, já nem o espaço para o equipamento havia.
A grande vantagem é que seríamos os primeiros em alguma coisa de que nos orgulhássemos. Bem sei que este governo se esforçou tanto que conseguiu a triste proeza de ser o primeiro em todo o mundo na lista de mais mortes e contágios por Covid-19 em 100 mil habitantes e, também deve ter o primeiro lugar mundial em atribuir as sobras das vacinas a familiares e amigos que conveniente e curiosamente estão sempre nas redondezas, cada vez que há uma sobra.
Talvez nessa viagem a Marte se consiga compreender como é que com o Covid o Benfica se eclipsou. Até Fevereiro do ano anterior o Benfica ia tranquilamente isolado no primeiro lugar com imensos pontos de avanço. De repente perde no Dragão e nunca mais se encontrou.
Arrisco-me a dizer que na mesma proporção que os cientistas procuram uma cura milagrosa para a Covid-19, o Benfica procura o caminho das vitórias. Quando descobrirem ambas, avisem. Só para saber, porque palpita-me que ambas vão ainda demorar muito.
Já agora, se estamos a falar de enigmas da nossa sociedade, se me conseguirem explicar a estratégia deste governo para com o Covid, também agradeço. Penso que mais depressa a missão em Marte chegará a conclusões sobre se há vida em Marte do que nós sobre as ideias e motivações deste governo.
O que vemos é um governo a gerir a situação, quase que diria pelo Facebook. Quando há muitas vozes a contestarem há mais de 15 dias, lá se decidem a alterar o rumo. O pior é que essa atitude titubeante e, por vezes, autista, custou muitas vidas em Janeiro e Fevereiro.
Fecharam o País tarde de mais e mal. E quando o fecharam bem, perceberam que os erros dessas decisões saíram muito caros ao País.
Agora exige-se planeamento. Não podem fazer como há quinze dias em que anunciaram mais testes e qual foi o resultado dos últimos 15 dias? Não só não fizeram mais testes como, pasme-se, fizeram menos testes. Muito menos testes.
Seriedade, capacidade de actuar, capacidade de antecipar, liderança, tudo factores que necessitamos.
Mais depressa descobrimos um ETzinho em Marte e que o conseguimos traduzir do que conseguimos perceber o que Costa tem preparado para nós conseguirmos combater o vírus.
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA
Paulo Edson Cunha
Advogado