Edifício com capacidade de produção diária de 300 toneladas de trigo está em desuso desde julho passado. Vai agora a leilão com um preço base de licitação a rondar os quatro milhões de euros.
Um edifício branco e amarelo, de grandes dimensões e fechado há quase um ano. Visível para quem transita na Rua do Cruzeiro, em Setúbal, e para quem passa de comboio pela linha ferroviária, nas traseiras, da antiga fábrica de moagens. Criada em 2014, dedicava-se ao fabrico de farinhas de cereais e foi, até à data, uma das unidades industriais do distrito com as mais modernas tecnologias para a produção e o controlo de farinhas.
No entanto, tem agora um futuro incerto. Foi colocada à venda, há meia dúzia de dias, através da leiloeira Leilosoc Market Partners. Os motivos para o leilão da antiga unidade fabril da Moagens Cereais Setúbal (MCS) são claros: as reduzidas margens dos últimos anos de atividade, os problemas de tesouraria e a falta de capital que levara à insolvência e ao despedimento de 21 trabalhadores, em julho passado.
Ainda assim, e numa tentativa de recuperação, em dezembro de 2019 o conselho de administração composto por duas pessoas iniciou o processo especial de revitalização no Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal, mas sem sucesso. “Tendo em vista a sua sustentabilidade e a viabilidade económico financeira, em dezembro de 2019 a empresa deu início ao seu processo especial de revitalização que não foi aprovado”, conta ao Semmais Carlos Fraga, o administrador judicial responsável pela insolvência da unidade fabril. Perante a impossibilidade de alcançar o acordo necessário à aprovação do plano de revitalização, e após parecer do Administrador Judicial Provisório, a empresa assumiu, assim, a situação de insolvência.
Na praça está a aquisição de onze mil metros quadrados
Ao todo, os mais de onze mil metros quadrados vão a leilão presencial na próxima quarta-feira, dia 19, nas instalações da fábrica. A base de licitação começa nos quatro milhões de euros para os interessados que pretendam adquirir a unidade fabril, os mais de 160 equipamentos e maquinarias do setor e as quatro marcas nacionais, Moinho D’ Ouro, Farinhas D’ Ouro, Cereais do Sado e Moleira do Sado.
Segundo o Semmais conseguiu apurar, até ao momento a empresa responsável pelo leilão da antiga unidade fabril de moagens, não recebeu ainda licitações ou ofertas para a compra do prédio urbano. Esta não é a primeira tentativa de venda da fábrica. Ao longo do último e presente ano, foram realizados leilões eletrónicos. “Houve leilões anteriores através do online. Alguns interessados pediram para ver as instalações, mas nunca licitaram”, explica Pedro Cristóvão, da Leilosoc Market Partners.