Tinto alentejano Júpiter, a mil euros a garrafa, estreia “Vinhos do Outro Mundo”

O consultor vinícola Cláudio Martins quer pôr os vinhos portugueses no mapa mundo e lançou agora o primeiro, um alentejano, com que espera faturar perto de 700 mil euros.

O consultor vinícola Cláudio Martins, apostado em “colocar os vinhos portugueses no mapa”, vai “aliá-los” a outros de conceituadas regiões mundiais e lançou agora o primeiro, um alentejano, com que espera faturar perto de 700 mil euros.

O vinho tinto Júpiter, concebido em parceria com Pedro Ribeiro, da Herdade do Rocim, sediada no concelho de Cuba (Beja), acaba de ser apresentado e marca a estreia da coleção “Vinhos do Outro Mundo”, explicou à agência Lusa Cláudio Martins.

A coleção vai ter nove vinhos, dois deles portugueses – o alentejano Júpiter e um do Douro – e os outros de algumas das mais reconhecidas regiões vinícolas de mundo: Bordéus, Champagne, Priorat, Toscana, Napa Valley, Mosel e Geórgia.

O primeiro “néctar” a ser lançado, o Júpiter, é uma edição limitada de 800 garrafas, vendidas ao preço unitário de “1.000 euros”, disse o promotor.

Cerca de um terço da produção já está alocada a “clientes do Reino Unido, França e a alguns colecionadores e entusiastas portugueses e estrangeiros residentes em Portugal”, revelou, destacando que espera atingir “entre 600 e 700 mil euros em vendas” com o vinho fruto da parceria com a Herdade do Rocim.

Cláudio Martins, dono da Martins Wines Advisor (MWA), disse estar “certo” de que “cerca de metade da produção” deverá estar “vendida daqui a um mês”, mas referiu que serão guardadas algumas garrafas. O objetivo é lançar “cerca de 50, todos os anos, a um preço mais elevado”.

Os 1.000 euros de cada garrafa do Júpiter são “preço de venda ao público” e uma parte da produção vai ser canalizada para distribuidores de todo o mundo, que comprarão abaixo desse preço, para obterem a sua margem de lucro, precisou o consultor.

Trata-se de “um vinho que vai entrar num circuito de clientes privados, mas do qual pretendemos deixar alguma quantidade para vender em lojas da especialidade e locais reconhecidos. Até porque a ideia é posicionar o vinho português a nível mundial”, juntamente com outras regiões, explicou.

“Para a maioria dos colecionadores, Portugal não seria uma escolha óbvia. Gostava de mudar isso. Sei que Portugal produz vinhos do mesmo calibre que os grandes vinhos de Napa Valley, da Toscana ou da Rioja. Com Júpiter, posso tentar chamar a atenção para Portugal”, assumiu o responsável da MWA.

Os “Vinhos do Outro Mundo”, que terão um vinho com o nome de cada planeta do sistema solar, começam, desta forma, em Portugal e deverão encerrar, “dentro de cinco ou seis anos”, com o outro lançamento português, “da região vinícola do Douro”, disse.

“Serão sempre produções entre 500 e 1.000 garrafas, a um preço mínimo de 1.000 euros, mas vamos ter alguns ‘planetas’ que podem atingir os cinco dígitos”, revelou Cláudio Martins, que espera atingir um volume de negócios de cerca de “1,2 a 1,3 milhões de euros” com os vinhos das outras regiões, sem contar com a faturação do vinho alentejano.

O projeto do vinho Júpiter, que “gahou” o nome do maior planeta do sistema solar, inclui uma “associação à Agência Espacial Portuguesa”, a qual, “através de imagens satélite, identifica o momento mais adequado para a vindima, garantindo vinhos de qualidade superior”, destacou a empresa promotora.