Menor acusada de bullying já foi ouvida no Tribunal do Seixal

A jovem, de acordo com o seu advogado, terá manifestado arrependimento pelo ato praticado e filmado por outros adolescentes.

A adolescente que em finais de maio foi acusada de agredir um colega de escola, em Paio Pires, Seixal, sendo supostamente responsável pelo seu atropelamento, embora sem consequências físicas, foi ouvida na manhã de quinta-feira por um Procurador do Ministério Público, no Tribunal do Seixal.

O Semmais falou com o seu advogado, Paulo Edson Cunha, que não revelou qual o teor das declarações da jovem, de 13 anos de idade, mas que salientou o facto de, em casos de bullying, “a medida tutelar tem o dever de fazer prevalecer a ação educativa em lugar da punição”.

O advogado criticou também a forma como o caso foi comentado, nos dias que se seguiram à ocorrência, lamentando o facto de a opinião pública, sobretudo através das redes sociais, ter procedido “a uma condenação da jovem em moldes muito mais duros do que aqueles que são preconizados pela lei”. “A lei não visa o rancor e o ódio, como se conta pelo que se tem visto nas redes sociais a propósito deste caso”, disse.

A menor, ainda de acordo com o seu advogado, já terá manifestado arrependimento pelo ato praticado e filmado por outros jovens. “Tanto quanto sei, a jovem é uma das melhores alunas da Escola Augusto Pires e nunca teve sequer qualquer processo disciplinar, sendo até amiga do rapaz que foi vítima. Eram colegas de turma”, adiantou Edson da Cunha.

Para além desta jovem, que surge no processo como a principal visada na prática de bullying, há ainda outros, igualmente conhecidos dos dois principais intervenientes, que deverão também depor perante no Ministério Público.

A jovem, que num caso extremo que o seu advogado acredita que não será aplicado, poderá ser encaminhada para um centro de reabilitação, sofreu, logo após ter sido conhecido o caso, alguns dias de suspensão aplicados pelo conselho diretivo da escola.