Empreendimento custa, no mínimo, dois milhões de euros. Haverá cursos superiores relacionados com a investigação e proteção marinha, ao mesmo tempo que se irá avançar também pelo turismo, transformação de pescado e carpintaria naval.
O Ensino Superior associado à Economia do Mar e ao Turismo vai chegar a Sesimbra entre 2024 e 2025. O projeto já está em marcha, prevendo-se que um antigo edifício devoluto e pertencente ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) possa via a acolher um polo de ensino especializado, mas também de formação e de conferências.
“Este é um projeto já há muito pensado e o edifício, depois de já ter alojado a antiga escola de formação das pescas, irá também albergar o FOR-MAR (Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar”, disse ao Semmais o presidente da câmara de Sesimbra, Francisco Jesus.
Para que a edilidade pudesse ter chegado, há cerca de três meses, a um acordo com o IEFP para cedência do espaço foi necessário o recurso a uma lei que permite que os municípios possam usufruir, por um período de 50 anos, dos imóveis estatais que estejam em ruína ou comprovadamente devolutos. “No caso deste prédio, localizado no centro da vila e a curta distância do local onde vai nascer a futura unidade de saúde, a degradação é evidente, estando o piso de baixo selado e havendo acentuados danos causados por infiltrações”, explicou o autarca.
“Creio que no futuro o edifício, onde ficará sempre disponível uma sala para o IEFP, possa a vir a acolher em simultâneo dez turmas, isto para além de ter outros espaços importantes, como um bar, o refeitório, e laboratórios diversos”, acrescentou Francisco Jesus, estimando que o valor dos trabalhos a realizar nunca sejam inferiores a dois milhões de euros.
Formação abrange toda a cadeia de valor associada ao mar
A criação do polo universitário, que dará acentuado destaque à investigação relacionada com o mar e o setor das pescas, mas que terá ainda componentes tão diversas quanto a transformação do pescado, a proteção marinha ou a carpintaria naval, já foi levada a reunião de câmara. O passo seguinte, segundo o edil, passa por agilizar o processo com a Direção Geral do Tesouro e Finanças para que, em breve, se concretizem os restantes passos burocráticos com o IEFP.
“Depois destes procedimentos concluídos, proceder-se-á à apresentação do programa de formação. Neste momento, já existem alguns contactos exploratórios com entidades ligadas ao Ensino Superior que possam, no futuro, ministrar licenciaturas e pós-graduações”, disse o autarca.
Francisco Jesus entende, por outro lado, que sendo Sesimbra uma vila piscatória, todo o desenvolvimento associado à faina irá servir para reforçar os laços com a comunidade local e “atrair mais jovens”. “Este projeto prevê, para além da matéria relacionada com o mar, o desenvolvimento de cursos de turismo, sendo esta outra mais-valia para a Sesimbra”.