Lagoa de Albufeira está assoreada mas a água tem qualidade

Câmara de Sesimbra e APA dizem que as análises à água são frequentes e que a qualidade é excelente. Reconhecem que é preciso retirar a areia da boca da lagoa, mas não dizem quando.

A Lagoa de Albufeira, no concelho de Sesimbra, está assoreada e é frequente encontrarem-se algas nas suas margens e interior. Tal não significa, no entanto, que esteja imprópria para ser utilizada pelos banhistas. Tanto a câmara municipal como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) garantem que a qualidade da água, tanto no espaço do mar como no espaço interior, é de excelente qualidade. A abertura, para que se proceda à renovação das águas está, no entanto, atrasada.

O Semmais confirmou junto de fontes conhecedoras do processo que o desassoreamento daquele espaço tem vindo a ser discutido entre as duas entidades. Pela APA, porque é o organismo do Estado a quem compete realizar e pagar os trabalhos, e pela Câmara Municipal de Sesimbra, porque tem naturais interesses turísticos e porque, desde 2019, na sequência de um protocolo assinado com a agência ambiental, tem a incumbência de tratar da logística necessária para contratar as empresas para realizarem os trabalhos.

“Independentemente de haver uma natural preocupação das pessoas que se assustam quando veem algas na lagoa, é um facto que a qualidade da água, tanto na parte do mar como na parte interior, é de excelente qualidade”, disse uma das fontes contactadas. Essa mesma fonte garantiu também que prosseguem a reuniões entre as duas entidades e que até já existe uma estimativa acerca dos custos dos trabalhos, que podem chegar aos 90.000 euros. “Desassorear a boca da lagoa é um trabalho complexo, que exige maquinaria e conhecimentos específicos”, explicou.

 

Degradação das algas não interfere na qualidade da água

Por parte do Ministério do Ambiente um outro responsável garantiu que não existe qualquer perigo para a saúde pública. “A lagoa foi aberta no final de maio e nessa altura procedeu-se à natural renovação da água. Depois disse, como é habitual, fizeram-se mais algumas análises e todas elas confirmaram a excelente qualidade”, disse.

“As algas que em alguns períodos se concentram em maior quantidade nas margens (por efeito das marés e do vento), podem degradar-se e, com isso, libertar cheiro desagradável, que não é um indicador de degradação da qualidade da água”, esclareceu o município após solicitação do Semmais.

A edilidade confirmou, também, uma informação que já havia sido prestada APA e que se refere à limpeza do areal na margem Sul da lagoa. “É um facto que têm sido efetuados diversos trabalhos na área, sobretudo de remoção de velhas embarcações e outros apetrechos que ali se encontravam abandonados há vários anos”, acrescentou.

A câmara de Sesimbra adiantou ainda que a limpeza nas margens da lagoa é feita semanalmente e que o controlo da qualidade dos bivalves que ali são capturados é feito através dos serviços do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, não existindo, até ao momento, qualquer indicador relativo a uma eventual má qualidade dos mesmos.