Portugal vive um fenómeno estranho que só acontece de 3 em 3 gerações – e devo estar a ser optimista – tem alguém com um desígnio nacional e está a cumpri-lo.
Falo naturalmente do Vice-Almirante Gouveia e Melo.
Também naturalmente já começou a ser “abandonado” pelo poder político, com pouca solidariedade institucional, vítima dos negacionistas, qual bode expiatório de todos aqueles que entendem que o Covid é uma “maquinação imperialista” e que têm no Vice-Almirante o seu alvo máximo.
Em primeiro lugar, para ser justo, quando percebi que Portugal ia enfrentar o seu maior desafio logístico desta geração – vacinar toda a população em tempo record, com as estruturas que tínhamos, sem enfermeiros para os hospitais, centros de saúde e demais locais onde são necessários e com uma péssima capacidade de organização logística, onde impera o seguidismo, a famosa “cunha”, a desorganização, o facilitismo, pensei logo que era impossível cumprirmos esse desígnio. Pelos vistos enganei-me. E ainda bem!
Mas, a favor da minha ideia, recordo-vos – Estava ser assim: fomos dos últimos Países Europeus a ter um Plano de Vacinação, com muitas gaffes e desorganização, onde uns dias se dizia que não se ia dar prioridade aos idosos, nos outros dias já se ia dar, onde a incerteza imperava na sociedade.
Mais grave, todos nos lembramos (foi há apenas oito meses) os “Tugas” rapidamente encontraram um meio de contornar as regras – pouco claras e menos vigiadas e quem se safava passava à frente dos outros, fosse pelas famosas “sobras”, que permitiam que até o pessoal das pastelarias passasse à frente de pessoal médico, como também não havia chefe de associação que, de repente, não precisasse da vacina, porque alegadamente contactava com um público facilmente infectado.
Parece que foi noutra vida, mas, meus senhores, foi apenas antes do Vice-Almirante entrar e acabar com esta bagunçada que se vivia. O nosso PM, tinha nomeado um amigo, que graças a Deus se demitiu após mais um escândalo, fruto das suas próprias regras e só após a entrada do Vice-Almirante é que, paulatinamente, as notícias passaram a ser outras: organização, plano e execução. O discurso passou a ser claro, assertivo, directo e não contemplava “baldas”. Colocou toda a malta nos eixos.
Estabeleceu metas e, pasme-se, cumpriu-as. Mesmo com períodos em que a escassez de vacinas levaria a ter uma desculpa para atrasar o cumprimento desses objectivos.
E eis que, num Portugal desabituado de alguém assim, começou a minar o ego, primeiro da malta da DGS, depois do Ministério da Saúde e finalmente do próprio PM.
Reparem no contraste entre as inenarráveis conferências de imprensa da também ela inenarrável e incompetente Graça Freitas, que dava o dito por não dito e quase não acertou um único dos prognósticos com que nos brindou, com as declarações do Vice-Almirante. Comparem meus caros e perceberão o que vos quero dizer.
Por mim, levantava já um movimento nacional para que o Vice, passasse automaticamente a Almirante e, depois, quem sabe, a algo mais, pois sinceramente estou desabituado a tanta competência e quando vejo, prefiro ser governado por alguém que me inspire confiança do que alguém que passa a vida a deitar números para o totobola e ainda por cima nunca acerta…
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA
Paulo Edson Cunha
Advogado