Quase 80 autores expõem no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja

Quase 80 autores de sete países, como o português Luís Louro e o italiano Carlo Ambrosini, vão contar histórias em imagens no 16.º Festival Internacional de Banda Desenhada (BD) de Beja, que começa sexta-feira.

Após ter sido cancelado em 2020, o festival regressa este ano, mas vai incluir menos exposições e decorrer mais tarde do que o habitual – costuma realizar-se em maio e junho -, tudo devido à pandemia, disse hoje à agência Lusa o diretor do evento, Paulo Monteiro.

Também devido à Covid-19, as exposições vão estar patentes “apenas” num só espaço, a Casa da Cultura, que “foi sempre o núcleo principal” do evento e é onde funciona a Bedeteca de Beja, acrescentou, frisando que “o importante é fazer-se o festival”.

Até dia 19 deste mês, obras desenhadas por autores consagrados e novos talentos da nona arte vão poder ser apreciadas em 13 exposições, sendo nove individuais e quatro coletivas, indicou o também autor de BD.

Este ano, o festival, que é organizado pela câmara de Beja e visa “divulgar um pouco de todos os formatos, géneros e estilos de BD”, vai mostrar obras de autores de Portugal, Brasil, Canadá, Espanha, Egito, França, Itália, precisou Paulo Monteiro.

As exposições individuais são ‘assinadas’ pelos portugueses António Jorge Gonçalves, Bárbara Lopes, Luís Louro e Jorge Magalhães e pelos estrangeiros Bartolomé Segui (Espanha), Carlo Ambrosini e Lele Vianello (Itália) e Nicolas Barral e Vicent Vanoli (França).

Entre as coletivas, Paulo Monteiro destacou a “relativamente inusitada” exposição “Shennawy, Tok Tok & Companhia”, que reúne obras de sete artistas do Egito.

“Tem sempre piada dar uma vista de olhos à BD árabe”, em relação à qual “temos, muitas vezes, posso dizer mesmo, um certo preconceito, porque olhamos para a cultura da língua árabe como se fosse mais ou menos uniforme e não é”, pelo contrário, “é muito diferenciada de país para país”, explicou.

Por isso, frisou, “tem piada trazer [ao festival] a exposição dos egípcios”, que “é muito crítica a nível político”.

Paulo Monteiro também destacou a coletiva “Toupeira – Há Movimento Debaixo da Terra”, com trabalhos de 33 artistas do atelier de BD de Beja Toupeira, que vai fazer 25 anos em outubro.

“Umbra”, uma “exposição espetacular” com obras de 16 artistas de Portugal, Brasil e Canadá, e “Ditirambos”, que reúne trabalhos de 10 autores portugueses que “estão a começar o seu percurso com muita qualidade”, são as outras mostras coletivas do festival.

Além das exposições, o festival, a inaugurar às 21h00 de sexta-feira, vai incluir, nas arcadas exteriores da Casa da Cultura, o Mercado do Livro, com 70 editores representados e várias lojas para venda de originais, serigrafias e publicações, e a “Tasquinha da BD”, com comes e bebes.

O festival também vai ter uma programação com várias iniciativas, como lançamentos e apresentações de livros, revistas e fanzines, sessões de autógrafos, conversas e “concertos desenhados”.

No sábado, a partir das 21h00, vai ser entregue o Prémio Geraldes Lino 2021, criado pela Bedeteca de Beja, a Bárbara Lopes, autora de obras de uma das exposições individuais e da coletiva “Umbra”.