Dia 26 de setembro tem tudo para ser o dia da diferença

Nenhum processo eleitoral democrático é tão participativo como o que mobiliza milhares de candidatos por todo o país, desde a mais pequena freguesia até à mais populosa cidade.

São milhares de cidadãos que, de forma cíclica, de quatro em quatro anos, se mobilizam, como candidatos, reforçando na maior parte dos casos relações de proximidade com os eleitores, contribuindo para a dignificação da democracia e por esta da liberdade.

No caso particular do distrito de Setúbal, onde nasci, estas referências são tanto mais de sublinhar quanto é certo ser a região mais central do país.

O distrito de Setúbal é o que faz a centralidade do norte do país com o sul, refletindo zonas urbanas com forte densidade populacional com zonas rurais, estas integrando concelhos que são de maior extensão territorial.

Esta centralidade e diversidade coloca-nos por um lado como polo de relação direta por via marítima com o mundo no seu conjunto, através do atlântico, e por outro abre-nos através de porto de Sines, o acesso ferroviário ao continente europeu.

Não admira, por isso, que várias das principais indústrias do país se situem no nosso distrito, o nosso papel na pesca de par com a agricultura florescente, que é mesmo referência simbólica de certos concelhos como o de Palmela.

O Tejo, o Sado, as serras, os costumes, a gastronomia, as gentes…. Um território – treze concelhos, nove na península e quatro no litoral alentejano -, para encher o coração.

Foi neste distrito que se desenvolveram os mais exacerbados debates político-partidários, com o Partido Socialista colocado sempre do mesmo lado, lutando pela liberdade, pelo progresso e pelo desenvolvimento do conjunto do distrito.

Não admira por isso que a maior parte dos treze concelhos tivesse, em momentos diferentes sido governados pelos socialistas, como foram os casos de Alcácer do Sal, Alcochete, Almada, Barreiro, Grândola, Montijo, Setúbal, Sesimbra e Sines.

Atualmente, como é sabido, o PS dirige cinco Câmaras com a firme determinação de nestas próximas eleições reforçar a sua posição, como tem vindo a ocorrer.

É que – e é bom ter presente –a CDU perdeu a maioria absoluta nos concelhos da Moita, Palmela e Seixal, nas anteriores eleições. Alcácer do Sal esteve à bica de ser ganho pelo PS, assistindo-se atualmente a uma dinâmica ímpar promovida pelos seus candidatos. Aliás, é inegável a pujança com que o Partido de António Costa se dá ao distrito, com listas de candidatos credíveis e programas consistentes.

Veja-se a diferenciadora prestação do PS, no Barreiro! A marca de destaque em Alcochete! A força que foi necessária em Almada para romper com vícios de mais de 40 anos! A repetida confiança em Montijo e em Sines!

Moita, Palmela, Seixal e Santiago do Cacém foram sempre, sempre, geridas pelo PCP e necessitam de uma transfusão de alternativa democrática. Sesimbra e Grândola precisam retomar os caminhos da normalidade.

Setúbal, a capital, depois de “engalanada”, necessita de quem lhe ponha os pés assentes na terra e imprima dinâmica que tenha tudo a ver com o melhor para o dia a dia, e para o futuro, das pessoas, das instituições e das empresas.

A análise das eleições, desde que existe eleições autárquicas democráticas em Portugal, só identifica dois partidos a obterem presidências de Câmaras no distrito, o PS e o PCP.

Quer isto dizer que nas próximas eleições, se quisermos, como sinto que os eleitores querem, é muito importante reforçar ainda mais a posição do PS contra o marasmo, a paralisia, a ausência de investimento e de modernização representado pelo PCP e que se descortina à vista desarmada.

Para além do PSD nunca ter alcançado a governação de qualquer município no distrito, o que as sondagens indicam que assim continuará, o BE, tendo reduzida expressão autárquica – aliás, teve no país a presidência de uma Câmara que depressa desbaratou -, faz uso das suas prestações autárquicas para complemento da oposição a nível nacional e pouco mais.

Noutro plano é esta também a postura recente do Chega, partido radical, cujo projeto único é dizer mal de tudo e de todos, pondo em causa, na vida democrática. Para alguns pode ser uma gracinha protestar através do voto em personagens ‘esquisitas’, mas há gracinhas que podem sair caras.

No mais, o CDS está em vias de extinção, como é público, e a Intervenção Liberal apresenta-se apenas para fazer prova de vida, por princípios contrários à solidariedade e à defesa do coletivo, marcas tão genuínas dos portugueses.

Com as ameaças dos extremismos de direita, que devem ser levadas a sério, com um PSD sem identidade no distrito e com a transmissão para o território da cristalização do PCP, é exigido que reforcemos a votação no partido que sempre se opôs a totalitarismos, e luta pela liberdade, pela defesa das igualdades, pelo bem estar das pessoas, pelos modelos de vida solidários.

Setúbal é um distrito determinante para o país e tem de se impor como tal. A melhor forma de lhe dar pujança é modernizá-lo, é fazê-lo evoluir, sendo necessário pôr ponto final à instrumentalização que a CDU faz dele apontando problemas que na essência deseja que se mantenham para perpetuar a política do queixume. Está visto que quem tem condições de garantir uma boa mudança são as candidaturas do Partido Socialista. Ontem já era tarde. Dia 26 de setembro tem tudo para ser o dia da diferença.

Eurídice Pereira