Lucro da Navigator sobe 51,8% para 114 milhões até setembro

A Navigator totalizou 114,2 milhões de euros de lucro até setembro, mais 51,8% do que em igual período do ano passado, foi hoje comunicado ao mercado.

De acordo com a informação remetida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), entre janeiro e setembro, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da empresa cresceu 16,9% para 246 milhões de euros.

Por sua vez, as vendas totais ascenderam a 1.119,7 milhões de euros, mais 7,3% do que no período homólogo.

“As vendas da Navigator refletem a melhoria da procura de papel registada ao longo do ano”, com um aumento de 16% nas quantidades vendidas para 1.081 mil toneladas.

Porém, o montante das vendas foi condicionado pelos preços, evidenciando uma progressão de 15% no período.

No início de 2021, a Navigator apresentava um ‘stock’ de pasta “relativamente baixo”, o que conjugado com a paragem de manutenção verificada, no primeiro trimestre, no centro fabril de Figueira da Foz e, no terceiro trimestre, nos centros de Setúbal e Aveiro, restringiu a quantidade de pasta disponível para venda.

As vendas situaram-se em 207.000 toneladas, 30% abaixo do valor apurado nos nove meses de 2020.

O mercado de ‘tissue’, por seu turno, “sofreu os impactos das restrições à mobilidade no início do ano, especialmente no segmento no ‘away from home’, com o atraso na reabertura das economias, e consequentemente reflexo no canal Horeca (Hotéis, restaurantes e cafés) e no regresso ao trabalho presencial”.

A venda de energia elétrica, nos primeiros nove meses do corrente ano, representou 96 milhões de euros, menos 12% face ao período homólogo, sobretudo, devido ao maior autoconsumo em Setúbal, “em virtude de uma avaria num transformador”.

Nos primeiros nove meses do ano, os resultados financeiros da papeleira foram negativos em 12,7 milhões de euros, o equivalente a um agravamento de 40,6 milhões de euros.

Neste período, os investimentos (capex) da Navigator somaram 51,8 milhões de euros, abaixo dos 69,7 milhões de euros apurados no mesmo período do ano passado.

Este valor inclui, sobretudo, “investimentos direcionados para a manutenção da capacidade produtiva e melhoria de eficiências”.

Somam-se ainda 9,4 milhões de euros de investimentos na área ambiental, “dos quais se destacam as últimas componentes do investimento na nova caldeira de biomassa na Figueira da Foz (5,7 milhões de euros) e a nova linha de evaporação de Aveiro (1,7 milhões de euros) e cerca de 3,5 milhões de euros de outros projetos, onde se inclui a nova pilha de aparas de Aveiro e as centrais fotovoltaicas da Figueira da Foz e de Setúbal”.

Já a dívida líquida remunerada caiu, até setembro, 47,1% para 596,9 milhões de euros.

“À medida que a economia recupera e o plano de vacinação é implementado, é expectável que as condições do setor de pasta, papel e ‘tissue’ se mantenham globalmente positivas”, perspetivou a empresa.

A Navigator adiantou ainda que vai continuar a atuar na gestão dos custos, desenvolvendo o seu plano de investimentos e diversificando os seus projetos de sustentabilidade.

Na sessão de hoje da bolsa, as ações da Navigator subiram 1,45% para 3,21 euros.