As entidades ‘chapéu’, de que são exemplo a Área Metropolitana de Lisboa (AML), a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) ou a Comunidade Intermunicipal do Litoral Alentejano (CIMAL), têm vindo a procurar um caminho central no desenvolvimento regional.
No essencial, representam o grande mosaico onde se encaixa o nosso distrito, ligado, pela península de Setúbal, à grande Estremadura da grande Lisboa e, por via dos quatro concelhos do Litoral Alentejano, ao Baixo Alentejo.
Estas derivações administrativas do território e até de classificação estatística, esta última muito relevante no quadro da adesão à Europa Unida por causa do acesso aos fundos comunitários, não estão totalmente estabilizadas e têm sofrido, aliás, pequenos rearranjos.
Mas é inquestionável que a articulação política e estratégica entre todas elas será vital para o desenvolvimento futuro desta grande e diversificada região, onde é possível exponenciar ao máximo a chamada intermunicipalidade, com ganhos tremendos em projetos de fronteira, alavancagem em setores fundamentais como a saúde, justiça, ensino superior, mobilidade ou segurança, por exemplo, e amplificação de sinergias, seja em na logística, seja na atração de empresas e de investimentos.
Trata-se de gerir estratégias comuns, de já há grandes exemplos, como o Plano de Ação de Mobilidade da AML, que articula as necessidades do transporte urbano endógeno e pendular das regiões de Setúbal, Lisboa e partes do Ribatejo.
E é possível ir mais longe, porque, quer se queira ou não, os municípios detêm um papel fundamental no desenvolvimento local e regional. Não é por acaso que têm vindo a ganhar competências antes intocáveis e muito centralizadas na administração central.
É, pois, um período de chamamento, partilha de gestão e articulação entre as diversas forças políticas, em nome da missão pública.
Acredito que, com este espírito e sem ‘guerras’ de poder, esta grande região ganhará escala, maior peso político no quadro nacional e boas perspetivas para resolver as grandes assimetrias que ainda hoje se verificam.