O presidente do PSD afirmou hoje que, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, não se pode queixar de turbulência interna e que o partido está “efetivamente unido” para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro.
A meio de uma ação de campanha em Setúbal, Rui Rio parou num café com os candidatos por este círculo, e foi questionado pelos jornalistas se gostaria de ver mais adversários internos a entrar na campanha, depois de Paulo Rangel ter marcado presença em Viseu.
“Não me posso queixar disso, acho que neste momento está efetivamente unido, se me posso queixar, ao longo do trajeto que fiz de turbulência a mais dentro do partido, neste momento não me posso queixar disso. Não vejo que haja alguém que não esteja a colaborar ou esteja a fazer contravapor”, afirmou.
Ao longo do percurso, Rio foi trocando impressões com o cabeça de lista por Setúbal, Hugo Carvalho, sobre as expectativas de subida neste círculo, de passar dos atuais três para seis, segundo o atual deputado.
“Eu dizia cinco, se podemos duplicar, ora excelente”, afirmou Rio.
Questionado se tem uma ‘folha de excel’ para contabilizar as expectativas para dia 30, o presidente do PSD respondeu negativamente, mas invocou a sua já vasta experiência em eleições – regionais, legislativas, autárquicas e três internas – para manifestar confiança no resultado.
“Devo ser dos que tenho mais experiência em eleições e em perceber a sociedade antes de eleições. Se comparar com 2019 nas legislativas, por exemplo, é muito diferente, há um apoio do público muito superior”, notou.
Num dia dedicado a distritos que votam mais à esquerda – Setúbal e Castelo Branco -, o líder do PSD admitiu que não pode subir aqui tanto como, por exemplo, no Porto, mas falou num “potencial de crescimento maior” nestes distritos, tal como na expectativa de o partido voltar a eleger deputados pelo Alentejo.
Durante as arruadas, Rio vai sendo questionado pelos jornalistas em vários momentos e, numa dessas vezes, foi confrontado com uma notícia da Rádio Renascença, em que um especialista alerta para o risco de uma “pandemia académica”, pela falta de professores.
O líder do PSD responde sempre e, neste tema, admitiu que existe “falta de professores” em alguns grupos de docência.
“Temos de fazer um planeamento melhor, pôr a carreira de professor mais atrativa”, defendeu, embora sublinhando que a prioridade do programa do PSD é na formação, tal como lhe foi pedido por uma senhora com quem se cruzou na arruada em Setúbal.
Para Rio, o mais importante é “enobrecer uma função que é nuclear para o desenvolvimento do país”.
“Não posso prometer mundos e fundos, não posso prometer o que não tenho, mas a nossa atitude é de profundo respeito pela profissão”, afirmou.
Questionado se David Justino, vice-presidente do PSD, pode voltar a ser ministro da Educação, se o PSD vencer, Rio só disse: “Isso vamos ver”.