Não vos quero incomodar com os meus gostos e nem com os meus bons costumes mas sempre me atrevo a dizer que não gosto nada de gritarias e dou sempre razão a quem afirma que não é por falarmos mais alto que temos razão.
Como pormenor direi que fico apreensivo quando passo perto de escolas dos primeiros anos de ensino e ouço a criançada brincando no pátio e seja qual for o passatempo as vozes deixam-se ouvir a boa distância.
Mas esta coisa dos sons, que neste caso não passam de ruídos, o “fenómeno” é idêntico nas vias de trânsito onde sempre aparece alguém, de moto ou de carro, acelerando desproporcionalmente o que leva o calmo cidadão a dar-lhe atenção, coisa que sem isso não faria.
Diz-se e com razão, que a pandemia que se despenhou neste nosso Mundo, nos tem ocupado muito o espírito e isso não deixa de ser verdade e se bem que estejamos a acabar mais uma campanha eleitoral para eleger qual o partido que irá assumir a tarefa de proporcionar-nos um futuro melhor e mais digno, há pormenores que nos escapam.
Um desses pormenores passa pela forma e modo como os que se propõem chegar la acima comunicam com o cidadão.
Nestes bons e muitos anos que tenho de experiência de vida recordo-me bem de quando entrámos na Democracia, os partidos rotulados por Esquerda marcavam presença de megafone em punho e gritando bem alto o que a ditadura os havia impedido de dizer, enquanto a assumida Direita falava com calma como se todos soubessem que ali residia a verdade e o interesse dos portugueses.
Todos estamos a preparar a caneta para fazer a cruzinha no boletim de voto que vai nestes dias dizer-nos quem nos irá governar e se aproveitarmos estes momentos para reflectirmos veremos que aqueles que se assumem como Direita e os seus parceiros, agora assumiram a gritaria enquanto que os da Esquerda, certamente conscientes da certeza do que nos transmitem, o fazem com mais suavidade e clareza.
Resta-lhe a si, prezado concidadão, decidir e para isso não fique em casa.
FIO DE PRUMO
Jorge Santos
Jornalista