Uma unidade de produção de salmão e bacalhau “em viveiros em terra” e com “tecnologia inovadora” vai ser instalada em Sines, num investimento de 80 milhões de euros, revelou hoje a aicep Global Parques.
Num comunicado, a aicep Global Parques adiantou que, na primeira fase do projeto, onde serão investidos 40 milhões de euros, será instalado “um viveiro para a produção de 6.000 toneladas por ano” de salmão.
O investimento global de 80 milhões de euros prevê, numa segunda fase, a produção de bacalhau, tendo como principais mercados, além de Portugal, “outros países da União Europeia, com destaque para França e Espanha”, adiantou.
“Durante a fase de construção serão gerados 50 postos de trabalho, prevendo-se a contratação de 200 trabalhadores a tempo inteiro quando o projeto atingir a velocidade de cruzeiro”, lê-se no comunicado.
O projeto assenta num “processo tecnológico” composto “por grandes tanques circulares, cada um com um módulo de filtragem integrado para uma recirculação intensiva”, avançou.
Esta tecnologia, detida pelo grupo Maiken, especializado na aquacultura de produção de salmão, “utiliza água do mar, reciclando-a no tanque antes de a devolver novamente ao oceano”.
A água é “refrigerada por meio de energia fotovoltaica gerada por painéis solares instalados na cobertura dos tanques e nos vários edifícios da unidade de produção”, indicou.
“A nossa tecnologia permite uma integração de toda a produção de forma sustentável”, destacou o presidente executivo do grupo Maiken Foods, Arve Gravdal, citado no comunicado.
O investidor destacou “as condições ideais para a instalação” do projeto em Sines, realçando não só o “acesso à água do mar”, como o “preço muito competitivo das energias renováveis”, considerando-os “fatores determinantes para o processo produtivo”.
Para o presidente executivo da aicep Global Parques, Filipe Costa, também citado no comunicado, após o anúncio deste investimento, “o bacalhau da Noruega vai passar a ser português”.
“O prato nacional ter que ser confecionado com produto importado tem os dias contados”, frisou o responsável, realçando a aposta da ZILS “na captação de investimentos da aquacultura, do agronegócio e da agrologística, com vista à otimização das importações e à promoção do autoabastecimento e das exportações nacionais”.
Segundo a empresa, “os tanques instalados operam de forma independente (IPU – Individual Production Units), permitindo um controlo mais eficiente da produção e a sua expansão em equilíbrio com o aumento da procura”.
“Esta tecnologia permite a criação de animais de forma sustentável, a temperatura controlada, livres de parasitas e químicos”, concluiu.
O contrato de reserva de 10 hectares de terreno na ZILS foi assinado esta sexta-feira, com a presença de representantes da gestora da zona industrial e da empresa.