Iniciativa Liberal, Livre, CDS e Chega alcançaram zero e o PAN um. No último escrutínio foi este o número de deputados eleitos por estes partidos que, nesta campanha, palmilharam a margem Sul para tentar conquistar um ‘lugar ao sol’.
Foi uma mancha azul e branca que se avistou no Mercado do Livramento, no passado domingo, com o abanar das bandeiras liberais que esperavam o líder parlamentar João Cotrim de Figueiredo, que se deslocou à cidade sadina para acompanhar Joana Cordeiro, cabeça-de-lista por Setúbal. Para o presidente da IL, o distrito está “afetado pela estagnação”. Cotrim de Figueiredo disse à nossa reportagem que a rua “não é um barómetro muito fiel” e seguiu campanha com a ideia de “reforma que o PSD já não tem”.
Por sua vez, Joana Cordeiro, revelou sentir evolução no “conhecimento que as pessoas têm do partido” no “lugar emblemático” que é o Mercado do Livramento. Mas, no caso de Maria de Fátima, peixeira há 60 anos, atira com num olhar atento para a comitiva a frase: “Estou a analisar, porque não sei quem são”.
À porta, estão adversários. Em tons de verde e preto, deparamo-nos com parte da comitiva do Livre, com o cabeça-de-lista por Setúbal, Paulo Muacho, que declara ao Semmais sentir “dinâmica e apoio por parte das pessoas” e ter a expectativa de “eleger um deputado por Setúbal”. Simultaneamente, um senhor de tenra idade grita: “Vão para casa, não queremos nada de vocês”.
Militantes e simpatizantes dos dois partidos continuam o périplo de distribuição dos materiais de campanha aos transeuntes, que os observam com aparente estranheza.
Centristas e extremistas na conquista pela eleição
Sem encontros imediatos, no Mercado Mensal da Moita, o CDS-PP foi transmitindo à população as suas propostas entre as bancas e a degustação de farturas e bifanas. Algumas pessoas aceitaram os panfletos e até interagiram com os militantes, outras ignoraram a ação e continuaram a feirar. Cecília Anacoreta Correia, infetada com Covid-19, não esteve presente, mas em declarações ao Semmais disse “ter representantes na lista dos 13 concelhos”, o que “abre portas e facilita o contacto”. A cabeça-de-lista considera mesmo que a aproximação às pessoas é “essencial” e, por isso, os centristas estão “diariamente na rua”, para “ouvir e tentar esclarecer”.
Mais a Norte da península, no Barreiro, o Chega ergueu bandeiras à beira-rio, no Terminal da Soflusa. Bruno Nunes, cabeça-de-lista por Setúbal, acha “curiosa” a reação das pessoas, numa perspetiva de “roubar votos à esquerda”, com um “desmistificar da estigmatização e medo que se criou”, deixando clara a necessidade de a população “assumir as necessidades e dificuldades”. No desembarque, o partido extremista distribui flyers e, na correria, os barreirenses aceitaram, ouviram, leram, desdenharam, leram, mas também resgaram e ignoraram.