PS dá nota “extremamente negativa” à maioria CDU na Câmara de Setúbal

O PS/Setúbal deu hoje “nota extremamente negativa” aos primeiros quatro meses de governação da CDU na Câmara Municipal e alertou para o perigo de estagnação do concelho, em contraciclo com a retoma económica que antevê para o país.

“Obviamente que damos uma nota extremamente negativa a estes quatro meses de mandato. O concelho de Setúbal sujeita-se a que este mandato de quatro anos, que agora se iniciou, seja um mandato de estagnação, ao contrário do que acontece com o país, que vai iniciar agora uma retoma ativa no pós-pandemia, uma retoma económica”, disse o presidente da Comissão Política Concelhia de PS/Setúbal, Paulo Lopes.

O dirigente socialista, ex-vereador da Câmara Municipal de Setúbal, falava aos jornalistas numa conferência de imprensa em que os eleitos do PS no concelho não só fizeram um balanço muito crítico da atividade da maioria CDU, como sublinharam a importância de algumas medidas aprovadas por proposta do PS.

A transmissão em vídeo das sessões de câmara e da Assembleia Municipal, a que a atual maioria comunista sempre se opôs no anterior mandato, quando tinha maioria absoluta, a redução da taxa máxima do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), de 0,5% para 0,4%, bem como a redução da participação variável no IRS, de 5% para 4%, também por proposta dos vereadores do Partido Socialista, foram algumas das medidas destacadas pelo PS de Setúbal.

Na conferência de Imprensa, o deputado e atual vereador da Câmara de Setúbal, Fernando José, que foi cabeça de lista do PS nas últimas eleições autárquicas, garantiu também que os vereadores do PS não vão ser uma força de bloqueio à governação da CDU, lembrando que o PS não só “viabilizou a aprovação do orçamento da Câmara de Setúbal através da abstenção, ao contrário do que a CDU fez com o Orçamento do Estado para 2022, como está disponível para viabilizar uma reestruturação dos serviços camarários, que a maioria CDU considera necessária”.

“Também não fomos força de bloqueio quanto à reestruturação dos serviços que nos foi apresentada. Foi entendido pelo atual presidente da Câmara de Setúbal da necessidade de uma reestruturação de serviços. E nós dissemos que sim, que estaríamos disponíveis para aprovar essa reestruturação. Nós acompanhámos, precisamente para não sermos acusados de força de bloqueio, mas colocando uma condição: que os novos cargos dirigentes sejam ocupados por trabalhadores da Câmara Municipal”, disse Fernando José.

Na conferência de imprensa, o deputado e vereador do PS garantiu também o empenhamento dos socialistas de Setúbal no combate ao trabalho precário na Câmara Municipal.

“Um vínculo precário é algo que nós não podemos permitir e mais ainda numa câmara que é comunista”, disse Fernando José, acrescentando que os eleitos do PS não podem pactuar com estas situações e que irão “até às últimas consequências” no combate ao trabalho precário na autarquia setubalense.