Coração Amarelo chega à cidade sadina para combater solidão

Tentar combater a solidão e o isolamento dos mais idosos é a missão do mais recente projeto de voluntariado implementado na cidade sadina.

Já existe há 22 anos no país, mas só agora é que a Associação Coração Amarelo chegou a Setúbal pelas mãos de Rita Amador que, em parceria com três amigas, pretende auxiliar idosos e solitários em pequenas tarefas, como ir à farmácia ou ao supermercado, pagar uma conta ou simplesmente conversar.

Vocacionado para o combate à solidão, o recém implementado projeto que, para já, pretende abranger o maior número de pessoas dos concelhos de Setúbal e Palmela, ainda só conta com dois beneficiários. Uma senhora com cerca de 80 anos, e um senhor na casa dos 70.  “Recebemos os dois primeiros pedidos, um foi a própria pessoa que solicitou apoio e o outro foi feito por familiares que, por estarem longe, não conseguem dar a atenção desejada”, partilha com o nosso jornal a fundadora, explicando que o acompanhamento está a ser feitos no domicílio por voluntários.

Apesar de se tratar de um trabalho benemérito, para ser voluntário na Coração Amarelo, os candidatos têm de passar por uma formação, tal como aconteceu recentemente na Casa da Baía. Ministrada pela presidente da direção nacional e uma das fundadoras da associação, Rosa Maria Araújo, a ação, conta Rita Amador, consistiu em dar a conhecer às “30 candidatas a metodologia, os objetivos e as regras”. “A intenção dos nossos voluntários é fazerem companhia a quem mais precisa, disponibilizando algum tempo de qualidade”, acrescenta.

Atitudes em prol de outros que ‘assaltaram’ a consciência da responsável pela associação em Setúbal quando, em 2020, testou positivo à Covid-19 e se defrontou com o isolamento. “Esta paragem obrigatória fez-me pensar nas pessoas que estavam na mesma situação sem ninguém para as apoiar”, conta ao Semmais a azeitonense que, depois de “uma ida ao centro de saúde”, onde observou o “desgaste físico e emocional de uma cuidadora informal”, acentuou ainda mais a decisão de abraçar o voluntariado e, após muita procura, deparou-se com um anúncio da Coração Amarelo.

“Contactei-os, disponibilizaram-se e ficaram agradecidas, porque já tinham tentado, há uns tempos, implementar este conceito em Almada”, refere, afirmando que “faz sentido existir uma associação na península, onde há uma população bastante envelhecida que precisava de apoio e principalmente do contacto humano”: “Nós ofereceremos isso, seja presencial ou por telefone”.

Fundada em novembro do ano passado, a delegação de Setúbal conta com 30 mulheres voluntárias, com idades entre os 20 e os 70 anos.