Sesimbra vai transformar bio resíduos em compostos agrícolas e energia

Autarquia diz que vai poupar em impostos e, ao mesmo tempo, conseguirá melhorar os espaços públicos. Primeira fase do projeto abrange 1.600 residências.

O município de Sesimbra terá em breve um sistema de recolha de bio resíduos. A primeira fase deste projeto inclui cerca de 1.600 residências e aproximadamente 5.000 pessoas, devendo incidir nas zonas de Alto das Vinhas, Carrasqueira e Boa Água 1 (Quinta do Conde). Com a distribuição de contentores especiais, a câmara estima tratar e retirar dos depósitos de lixo de rua cerca de 40 por cento do total produzido. O projeto, financiado por fundos comunitários, tem um custo estimado de 950 mil euros.

De acordo com José Polido, vereador com o pelouro do Ambiente, os resíduos que deixarão de ser colocados nos contentores de rua poderão agora ter uma nova vida, uma vez que em lugar de irem diretamente para um aterro passam a compostos orgânicos suscetíveis de serem utilizados na agricultura ou até na produção de energia.

Ao mesmo tempo que as pessoas passam a depositar os bio resíduos em recetáculos próprios, com 40 litros de capacidade cada um, a edilidade espera resolver também o problema resultante da ocupação dos espaços públicos com os contentores de maiores dimensões, os quais irão ser retirados. Os cais onde costumam estar serão novamente transformados em calçadas, alargando-se assim as zonas de circulação pedestre.

Outra vantagem apontada pelos responsáveis autárquicos tem a ver com a redução das despesas resultantes da deposição em aterros e afetação de pessoal. “Os valores pagos pelos municípios para o depósito de resíduos em aterros duplicaram nos últimos três anos, para além de que o imposto a pagar ao Estado (TGR – Taxa Geral de Resíduos), já está em 22 euros”, explicou ao Semmais o vereador.

 

Munícipes vão ter ao dispor quatro recipientes distintos

José Polido acrescentou que numa fase futura, cada morador deverá ficar com quatro recipientes diferentes. O dos bio resíduos (sobretudo restos alimentares), um outro para produtos diferenciados e ainda um para papel e papelão e outro para embalagens. “A ideia passa por fazer a recolha diária dos bio resíduos e duas vezes por semana no caso dos indiferenciados”, avançou. Para a recolha destes recipientes a câmara comprou, entretanto, duas viaturas preparadas para a função.

“O que está estudado é que para um circuito ser eficiente tem de abranger, pelo menos, um milhar de habitações onde serão recolhidos indiferenciados. Assim, podemos garantir que nenhum contentor deixará de ser recolhido”, adiantou ainda o vereador.

O mesmo responsável salientou ainda que nos últimos anos a autarquia de Sesimbra tem feito um grande investimento relativamente à recolha de resíduos, sendo de destacar a aquisição de meios mecânicos (viaturas e contentores), como no reforço das equipas. Os REMOVE, locai para deposição de monos e verdes, são um dos exemplos dados e que começaram a ser utilizados, na Quinta do Conde, há cerca de dois anos.