Os trabalhos da SEDES na região

A região de Setúbal não tem sido fértil em grandes movimentos de cidadania, antes pelo contrário. São episódicas as tentativas de implantar no distrito plataformas que discutam o desenvolvimento e a cidadania no nosso território.

Há exceções, claro, mais a maior parte das associações hoje implantadas no terreno são muito focadas nas temáticas sociais. Ficam muito por aí e não foram concebidas para alargar outros olhares. A que se aproxima mais deste novo desiderato é a Associação da Indústria da Península de Setúbal, Aiset, muito importante na luta pela criação da nova NUTS.

Este vazio pode, agora, vir a ser preenchido pela criação do Núcleo Distrital de Setúbal da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, uma das mais reputadas entidades apartidárias que o país conhece, fundada nos anos 70 e com meritória missão pública nos tempos conturbados do fim do Estado Novo, à época do Marcelismo.

A dar força a esta premissa está o facto de o próprio presidente da SEDES, Álvaro Beleza, ter marcado presença numa das primeiras aparições públicas do movimento em Setúbal, onde foram também reveladas as equipas que vão corporizar a ação concreta do Núcleo, com base da trilogia “valorizar, ativar e fortalecer”.

No essencial, a SEDES pretende discutir e pensar o desenvolvimento da região no plano económico e social, tendo como ponto de partida as nossas forças endógenas, que tornam este distrito um território de vastas oportunidades e com o potencial de crescimento inquestionável. Fazê-lo junto dos atores locais, incluindo os decisores políticos, é tarefa essencial.

Uma cidadania plena, que congregue participação e construção efetiva, é um objetivo maior. Alinhar as arestas dos vários pensamentos, propor debates e incluir a academia nas soluções a propor, são tarefas de grande envergadura. E combater os grandes estigmas que ainda subsistem e que já não fazem sentido algum deve ser outro objetivo.

São desafios para os quais importa um toca a reunir, numa altura em que a região deve reivindicar, de vez, soluções que conduzam à sua libertação no acesso aos fundos comunitários, a um investimento público robusto e condicente com as necessidades e a busca de uma qualidade de vida que importa continuar a reclamar.

Raul Tavares
Diretor