O PS acusa Nuno Carvalho de “desnorte” ao criticar uma visita de um membro do Governo socialista à associação Edinstvo, em 2016. E diz que o então vereador aprovou todos os apoios da autarquia àquela instituição.
Os socialistas de Setúbal consideram “desnorte” o facto de o deputado social-democrata, Nuno Carvalho, ter insinuado ligações do PS à associação russa Edinstvo, a pretexto de uma visita que a atual presidente em exercício da Segurança Social, Catarina Marcelino, teria feito em 2016, na qualidade de secretária de Estado da Cidadania e Igualdade.
Fernando José acusa mesmo o deputado e ex-vereador do município setubalense de querer “desviar as atenções” do foco principal relativo ao caso do acolhimento a ucranianos pelo casal russo que lidera, desde 2002, a Edinstvo. Mais: o socialista, relembra que Nuno Carvalho, enquanto vereador, aprovou em 2019, 2020 e 2021 apoios financeiros à mesma instituição. “Antes da guerra não havia qualquer suspeita nem ninguém levantava dúvidas sobre a legalidade desta entidade, como provam os apoios do senhor Nuno Carvalho, pelo que é escandaloso estar a colocar em causa uma visita de um membro do Governo ocorrida em 2016. É uma coisa sem sentido e um não assunto”, afirma ao Semmais.
O dirigente socialista, que lidera a bancada do partido da rosa no executivo, tendo sido candidato à presidência do município, acrescenta que esta atitude do ex-vereador da câmara sadina “tem mais a ver com divergências e guerras internas no PSD sobre este caso”, nomeadamente se haverá ou não renúncia dos dois vereadores social-democratas.
Catarina lamenta insinuações e fala em “visita normal”
Já Catarina Marcelino, contactada pelo Semmais, disse ter-se tratado de “uma visita normal a uma instituição do distrito, como fiz a dezenas de outras, e nada mais que isso”. E garantiu não ter tido, na altura, “qualquer informação sobre atividades ilegais da entidade ou sobre qualquer outra questão que não abonasse a Edinstvo ou qualquer dos seus dirigentes”. Lamentando o sucedido, lembra também que a Segurança Social, entidade que dirige, “não tem protocolado nenhum apoio a essa instituição”.
Recorde-se que o deputado social-democrata, Nuno Carvalho, insinuou, em declarações ao Expresso, que a visita de Catarina Marcelino em 2016 à organização liderada por Igor Khashin, terá sido realizada já depois da Associação dos Ucranianos em Portugal ter denunciado a Edintsvo como próxima do Kremlin.
