A governação socialista fez cem dias, recentemente, de exercício de funções, mas parecem cem meses. Um governo gasto, sem rasgo de coragem, liderança ou novidade, para fazer as reformas que o país precisa. Um governo falacioso, que vive de anúncios e promessas por cumprir. Um governo light na governação e na assunção de compromissos com os portugueses. O governo dos pingos da chuva, da total irresponsabilidade, do “toca e foge”, do desconhecimento de matérias essenciais, o governo da “culpa é do outro”.
Enquanto o governo socialista nos dá lições de como não governar um país, os portugueses empobrecem, a carestia de vida torna-se insuportável, a inflação, em junho, é confirmada pelo INE em 8,7% (a mais alta desde 1992) a Pordata revela estudo afirmando que a pandemia agravou o risco de pobreza das famílias monoparentais de 25% a 30% em um ano e o número de beneficiários de prestações sociais aumentou de 169.485 (2020) para 240.148, ou seja 41,7%.
Estamos mais pobres, a igualdade de oportunidades é uma miragem e o acesso à saúde é uma luta pela sobrevivência. A mortalidade materna aumentou, o SNS está moribundo. As urgências um caos.
Os agricultores bradam aos céus por um ministério eficaz e presente, pelo menos dialogante e sério! Os Municípios andam a braços com uma transferência de competências que deixa os autarcas de cabelos em pé, o ordenamento do território é uma amálgama de instrumentos desatualizados e complexos, no meio de uma carta de perigosidade de incêndio rural, com cobertura de Estado de Contingência Presidencial. Enquanto o país arde, a seca é ignorada pela governança: 66% do território português em seca extrema e 34% em seca severa; as perdas de água é um assunto sem dignidade governativa, não há financiamento para a requalificação das infraestruturas nem medidas de promoção da eficiência hídrica ou de sensibilização.
O novo aeroporto de Lisboa, é como diz o povo… cada cabeça sua sentença, para não referir o deprimente episódio Pedro Nuno Santos Versus Costa, em que, se já era suspeito, ficou confirmado: no governo socialista não há assunção de responsabilidade política, Costa vergou perante o Ministro, numa total confissão de subserviência perante o futuro líder.
Cem dias no país das maravilhas cor-de-rosa. Cem dias de desgovernação.
Sónia Ramos
Presidente da Comissão Política Distrital do PSD de Évora