Duas das grandes concelhias socialistas do distrito, Seixal e Setúbal, acalmaram os hostes e seguem quase unidas para as eleições que decorrem na próxima sexta-feira, 7 de outubro, e que deverão mobilizar mais de 1500 militantes.
No caso da concelhia do Seixal antevê-se “um consenso alargado” das três tendências locais, desavindas nas últimas autárquicas, em torno de Samuel Cruz. Embora com uma grande redução de votantes elegíveis face ao ato eleitoral de há dois anos e meio, na ordem das duas centenas, o candidato não espera nenhum solavanco eleitoral da candidatura opositora liderada por José Carlos Pereira.
“Julgo que estas eleições marcam o fim de vinte anos de disputas internas, sendo que desta forma estaremos em condições de reunir condições para consolidar o PS no Seixal e conquistar a câmara”, afirma Samuel Cruz ao Semmais.
Já em Setúbal, Paulo Lopes, cede o lugar por limitação de mandatos a Fernando José, o candidato do PS nas últimas autárquicas, conseguiu “morder os pés” à candidatura da CDU. António Caracol, que nas últimas eleições concelhias alcançou uma votação assinalável, é, desta feita, o segundo da lista, mantendo a linha de “unidade em nome de objetivos políticos” para 2025, altura em que os socialistas partem à reconquista do poder na cidade sadina.
As outras duas concelhias de peso, Al- mada e Barreiro, seguem a tendência de “agregar e unir”, sobretudo porque, diz uma fonte socialista ao Semmais, “o partido ganhou grande importância autárquica, está a desenvolver estes concelhos como nunca e temos um Governo para apoiar”. Neste sen- tido, Ivan Gonçalves mantém-se sem opositor no PS de Almada e, no caso do Barreiro, André Pinotes sai por limitação de mandatos entregando o lugar a Rui Guerreiro.
Por razões de “responsabilidades autárquicas”, os atuais presidentes das câmaras de Alcochete e da Moita, Fernando Pinto e Carlos Albino, respetivamente, vão também deixar a gestão das suas concelhias e entregá-las a “camaradas de confiança” que podem continuar sem ondas o trabalho partidário desenvolvido. Em Alcochete avança Maria de Fátima Soares e, na Moita, Nuno Vitório assume a liderança partidária. “É uma candidatura abrangente, representativa e renovada para reafirmar o PS como maior força política do concelho e continuar a merecer a confiança dos nossos cidadãos”, afirma Nuno Vitório ao nosso jornal.
Esperam-se disputas acesas em Sesimbra e Santiago do Cacém
As grandes clivagens serão sentidas, sobretudo, em Sesimbra e em Santiago do Cacém. No primeiro caso, os socialistas parecem antever uma refrega pelas autárquicas de 2025, com Nelson Pólvora, responsável pela perda da maioria da CDU no concelho, a ter a oposição de um dos ‘senadores’ do partido em Sesimbra, Alar- cão Bastos. Em causa poderá estar a escolha do candidato à câmara nas próximas autárquicas, a recandidatura do próprio ou o avanço da atual vereadora Argentina Marques. Pólvora orgulha-se de ter “iniciado um ciclo político”, em 2020, que, segundo afirma, “colocou o partido muito perto do sucesso”, pelo que “não é hora de recomeçar tudo de novo”.
Em Santiago do Cacém, Susana Pá- dua, eleita no último ato eleitoral com pouco mais de 30 votos, vai enfrentar a oposição de Rodrigo Charrua, num período em que a concelhia passou a dispor de mais de 150 votantes elegíveis, sendo crível que o ‘desafiador’ possa ganhar a concelhia.
Também em Grândola pode haver novidades com a candidatura de João Baião, que aproveita assim o vazio deixado por Pedro Ruas, impedido de ir a votos por limitação de mandatos. Ocorre que o candidato representa uma tendência contra os dirigentes do PS local que nos últimos anos tem gerido o partido naquele concelho. Com o objetivo de vencer as próximas autárquicas, Baião quer “um PS com mais ambição, mais ligado às empresas, ao movimento associativo e à sociedade civil”.
Sines, Alcácer do Sal, Montijo e Palmela, também apresentam listas únicas. São candidatos Carlos Salvador, Clarisse Campos, Nuno Canta e Ricardo Marques, respetivamente.