A diferença das ideias Liberais

Muita tinta tem sido gasta nos nossos jornais sobre a Iniciativa Liberal (IL) e o recente anúncio do actual Presidente, João Cotrim de Figueiredo, em abandonar a presidência da Comissão Executiva do partido. Do que tenho lido resulta claro que existe actualmente uma preocupação e apertado escrutínio dos vários comentadores e actores políticos com a IL, facto que é, sem dúvida, revelador do papel disruptivo e diferenciador deste partido no habitualmente marasmo político português. Para este sucesso muito contribuiu João Cotrim de Figueiredo, com o seu profissionalismo e rigor, que sempre teve em consideração os liberais setubalenses, sempre acreditando no potencial deste município e na possibilidade de tornar Setúbal um “farol liberal” a sul do Tejo, um exemplo de mobilidade social e desenvolvimento económico e social.

Podem os Setubalenses ficar descansados que nada mudou (ou mudará) porque, como é por demais evidente, o que interessa são as ideias e não os protagonistas momentâneos que as defendem. Percebo o choque de alguns, sobretudo num município que sempre foi gerido por partidos que se regem por princípios de soberba pessoal cujo único objectivo é perpetuar-se no poder e outros que se regem por encenações publicas de eleições unanimes, em que nunca existem discursos dissonantes. Isto é exatamente o oposto do esprito liberal que defendo, é preciso haver discussão interna, listas alternativas e ideias diferentes, só assim se consegue evoluir e melhorar. O debate de ideias e o contraditório são a força da Iniciativa Liberal e não a sua fraqueza como alguns advogam, desde logo através das lamentáveis declarações do nosso primeiro-ministro, sempre nervoso com as questões incomodas dos deputados liberais, confundindo escrutínio com má-educação, fiscalização com arrogância ou perguntas incómodas com berraria.

O que deve preocupar os diversos partidos políticos é o facto de sempre que é necessário rigor, competência e a garantia de entregar um trabalho qualidade, logo todos se lembrarem da IL, como é o caso mais recente da Comissão de Acompanhamento dos Refugiados pela Assembleia Municipal. Depois de um início polémico em que o PS e o PSD se atropelavam para aparecer nos noticiários, a Comissão esteve parada sob a presidência do PSD até que teve de ser entregue à IL para que finalmente se começasse a trabalhar – fez-se mais em três semanas do que nos últimos 4 meses. Todos reconhecem a competência da IL e, sobretudo a nível municipal, a quantidade de ideias e propostas, a disponibilidade para ouvir a população, desconstruir mitos e apresentar soluções concretas aos (já longos) problemas da nossa cidade é já uma marca distintiva do trabalho do deputado municipal e de todo o grupo de trabalho que o apoia.

E isto posso assegurar-vos que não irá mudar, independentemente do próximo presidente do partido, que mais não irá do que continuar a defender a necessidade de mais liberalismo para o nosso país.

Carlos Cardoso

Gestor