Corre o Mundial no Catar com muito futebol e muita polémica em torno dos direitos humanos que deixam muito a desejar naquele país criado para receber estrangeiros, que são mais de 75% dos habitantes.
É uma realidade diferente, num país que explora até ao tutano as suas riquezas naturais, o gás, o petróleo e as pedras preciosas. Um país rico, muito rico, sempre em construção, que é gabado pela arquitetura futurista, ultramoderna, e pelas suas condições naturais que a península árabe oferece, nomeadamente as praias e as dunas de fazer inveja.
Foi esta riqueza e os gordos cofres do Catar que levaram a prova mundial a estes palcos, num processo que meteu luvas, subornos e um lastro de corrupção de que já não há dúvidas.
Mas o mundial de futebol no Catar tem aspetos positivos. Houve algumas alterações legislativas importantes e alguma permissividade social face ao regime fechado, conservador e religioso que vigora naquele país.
A exposição pública à escala mundial, as discussões sobre a sociedade fundamentalista e o efeito de contaminação e mimetismo podem abrir frestas para que outras mudanças se verifiquem a prazo.
Mas não deixa de ser ignóbil que muitos dos países ocidentais que lucram fortemente com o Catar dos dias de hoje, não consigam empreender pressão política sobre alguns dos direitos que são quotidianamente espezinhados naquele país. A liberdade de expressão, a luta pelas igualdades e os direitos da população mais ostracizada, são lutas a travar.
Que o Mundial do Catar sirva para que essas lutas tenham sucesso, em nome da dignidade humana e da civilização.