Câmara de Estremoz aprova orçamento de 20,9 milhões de euros

Autarquia, liderada por maioria relativa pelo Partido Socialista, vê assim aprovado o orçamento para 2023, após a oposição ter chumbado inicialmente o documento em novembro.  

O presidente do município, José Daniel Sádio, disse à agência Lusa que, “genericamente, não há diferença por aí além” entre o orçamento hoje aprovado e o anterior, ‘chumbado’ em 30 de novembro.

“Temos a noção de que não temos maioria [absoluta] e estamos sempre disponíveis para incorporar contributos [no orçamento], assim as forças políticas o manifestem”, afirmou o autarca.

Segundo José Daniel Sádio, aquando da primeira proposta, “a única força política que enviou uma série de propostas” foi a coligação PSD/CDS-PP/PPM, que tem como eleita a vereadora Sónia Ramos.

Quanto ao Movimento Independente por Estremoz (MiETZ), com três eleitos na câmara, “na altura entendeu não ter nenhum contributo, o que também é legítimo, mas desta vez enviou propostas”, que foram “analisadas e debatidas”, disse.

As Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2023, que antes não tinham ‘passado’ no município, por receberem os votos contra do MiETZ e do PSD/CDS-PP/PPM, foram agora ‘brindados’ com a abstenção dos quatro eleitos da oposição, assim como com os votos a favor dos três eleitos do PS, sendo aprovados.

Contactado pela Lusa, o vereador do MiETZ José Carlos Salema justificou a abstenção do movimento, desta vez, com as negociações realizadas entretanto com o executivo socialista, embora tenha argumentado que este orçamento “está muito distante daquele que seria o necessário para o concelho”.

“Mas, havendo da parte do executivo, a assunção do compromisso para que se possam concretizar algumas medidas [propostas pelo movimento] para já para o próximo ano, achámos por bem abster-nos”, justificou.

A vereadora social-democrata Sónia Ramos também disse à Lusa que decidiu abster-se desta feita porque, apesar de muitas das propostas que tinha sugerido para o orçamento estarem contempladas na primeira proposta, só agora “têm afeta uma rubrica financeira mais elevada”.

“Conseguimos algum avanço, mas o que queremos sobretudo é que o presidente, que se vitimizou tanto pela não aprovação do orçamento em reunião de câmara, tenha agora as condições para fazer aquilo com que se comprometeu com a oposição”, avisou.

O presidente da câmara considerou “uma falácia” este argumento de Sónia Ramos sobre a falta de verbas, porque “o município, tal como qualquer município do país, ainda tem que incorporar o saldo de gerência do ano corrente”, e argumentou que as propostas do MiETZ “já estavam todas contempladas na proposta do PS”.

Segundo o autarca, o orçamento para 2023, que representa sensivelmente “menos 100 mil euros” do que o deste ano, “é responsável” e “procura dar resposta a algumas questões que são emergentes”, como as relacionadas com o atual contexto nacional e internacional.

“Nós temos obras em curso, tivemos que incorporar uma verba para a possibilidade de haver revisão de preços, temos aumentos de combustíveis, aumentos de eletricidade, temos aumentos de salários e houve que assegurar toda essa despesa”, precisou José Daniel Sádio, destacando também como apostas o reforço dos apoios sociais, da redução da carga fiscal e também da habitação.

Os documentos previsionais ainda têm de ser apreciados e votados em assembleia municipal, cuja próxima reunião deverá realizar-se em janeiro.