Ideias para gizar um modelo de gestão de expetativas

Com a aprovação das NUT para a península de Setúbal fechou-se um ciclo nubloso para o desenvolvimento da região, abrindo-se, agora, uma nova janela de oportunidades, mercê de uma luta que começou aos tropeções, mas que acabou por agregar e reunir um largo consenso.

Para já é só uma janela de oportunidade, porque o aproveitamento da mesma vai depender da região e dos seus atores, políticos, empresariais e de outros espectros da sociedade.

Não é a primeira vez que se passa ao lado de tais benesses. Sobretudo se, agora, com o problema político e orgânico resolvido, se brandirem armas e se as partes começarem a puxar pelos galões. Quem fez o quê, quem fez primeiro, quem agora lidera… tudo razões que não importam, muitos menos adiantam.

É neste passo que estamos. A ideia de se criarem comissões conjuntas parece ter pés para andar. O problema é como operacionalizar as vontades e os objetivos de tantos interesses. E como lidar e gerir tantos egos.

Acaso tivéssemos já arrumado o assunto politicamente instável da Associação dos Municípios da Região de Setúbal, erguendo uma voz política una e representativa, seria bem mais fácil. Mas, como se sabe, nos tempos próximos não se vislumbra notícias positivas nesse campo.

Talvez uma ‘confederação de interesses’ da península ajudasse a tornar mais fácil os caminhos a seguir. Com a criação de uma entidade que reunisse todos, sem exceção, nas discussões, com o objetivo de produzir um caderno de encargos para a região de modo a aproveitarem-se todos os cêntimos dos próximos fundos, bem como os milhões do PRR e o apoios excecionais que o Governo já dispôs mesmo antes da chegada das NUT.

Esta entidade podia consignar também, a prazo, um observatório do desenvolvimento.

Não sei se a ideia e o modelo é despropositado e fora da caixa o suficiente para ser tola. E não me parece haver sobreposição em relação às forças existentes. Parece, sim, possível e exequível, dando uma mensagem forte dentro e fora de portas.