Insegurança em Setúbal – momento de reflexão

A violência e os assaltos voltaram aos comentários que se ouvem entre os setubalenses e o medo começa a ser percetível nas conversas de café ou em encontros casuais de amigos na rua. Não creio que existam motivos para alarme, mas, mesmo não querendo ser demagogo, também me parece que não se devem ignorar as preocupações das populações, cabe ao poder municipal utilizar todos os meios disponíveis para assegurar que as suas populações se sintam seguras e dessa forma fugir aos habituais populismos de direita e esquerda que cavalgam estes sentimentos.

Como é por demais sabido, o principal motivo para a existência de assaltos, furtos e outros tipos de violência são as faltas de condições materiais, a falta de trabalho e de oportunidades de sair pelos próprios meios dessa situação de insuficiência económica. É por isso mesmo que a Iniciativa Liberal assenta todas as suas medidas no crescimento económico e na noção de elevador social, pois é esta a única forma de terminar com a pobreza, combater eficazmente as desigualdades e criar esperança em todos de que podem melhorar a sua condição social através do seu mérito e do seu trabalho.

E recuso totalmente a associação deste aumento da insegurança com a imigração, isso é apenas demagogia fácil de partidos extremistas que não têm uma solução para a nossa cidade, aproveitam todos os casos para gritar contra determinadas raças, classe sociais e outras distinções imaginárias. O que me move são soluções e que a Câmara Municipal tome as necessárias providências, pedindo o reforço de meios policiais de proximidade (de responsabilidade nacional do governo do Partido Socialista), arriscando ainda trazer para discussão algumas ideias como a criação de uma polícia municipal ou a alocação de vigilantes a espaços públicos.

2. Mais uma vez a propaganda da Câmara de Setúbal voltou a precipitar-se, desta feita sobre a retirada das vedações da Comenda. De facto, a retirada das vedações consideradas ilegais nada diz sobre a propriedade dos terrenos da herdade e, como é natural, do parque das merendas. Insisto que a questão deveria ter ficado resolvida há muitos anos quando a Câmara teve oportunidade de adquirir o lote e decidiu não o fazer, decidindo partir para uma luta que sabia perdida apenas para retirar dividendos políticos e de onde apenas os Setubalenses saíram perdedores. Certamente sem a raiva ideológica, que nada vale nestas questões, será possível chegar a acordo com os proprietários e firmar um compromisso que seja benéfico para todos.

3. Um último lamento de um folião que tem dentro de si as memórias de um tempo em que os Setubalenses se divertiam com o Carnaval, se juntavam para ver os corsos e as crianças sorriam de alegria. As coletividades e algumas empresas participavam ativamente com a Camara para que toda a população pudesse brincar ao Carnaval, estou a lembrar-me da empresa onde trabalhava, “a Setubauto” que cedia os tratores para se puxar os carros alegóricos como também ter conseguido trazer o avião da Ford para que fizesse as honras de abertura do corso. Mais uma vez o Carnaval não chegou a Setúbal e os dias ficaram mais cinzentos.