Região na rota das energias limpas

O Seixal e a região estão a marcar a história das energias limpas no país, através a utilização na rede pública de uma mistura que está a usar o hidrogénio verde.

A experiência já tinha arrancado em outubro do ano passado, em jeito de projeto piloto, mas agora, por estes dias, já corre com maior fluidez este composto que junta gás natural com o hidrogénio. É a grande transição para a energia que vai marcar o futuro do abastecimento de energia às nossas casas.

A importância desta operação privada foi marcada por uma cerimónia na qual esteve presente o primeiro ministro. A presença de António Costa significa empenho e decisão política numa altura em que tudo o que cheirar a sustentabilidade ambiental é bem vindo. De facto, a fazer fé no que se tem falado sobre o assunto, esta mistura de ‘compostos limpos’ terá um enorme impacto na autossuficiência energética, no desenvolvimento económico, na preservação do ambiente e, claro, na fatura que nos chega a casa a cada mês.

Está também em processo de aceleração a implantação em Setúbal de uma unidade de produção do mesmo combustível que produz energia limpa, decisiva para esta caminhada de transição energética e sustentabilidade ambiental.

Em contraponto com esta evolução, a Europa está a dividir-se quanto às metas para reduzir as emissões poluentes dos carros alimentados a combustíveis fósseis. A ideia era proibir a venda de carros novos com motores de combustão a partir de 2035, mas a Alemanha opõe-se. Está o caldo armado.

Já não bastava o recuo que se está a verificar no mundo ocidental quanto ao desmantelamento das centrais termoelétricas, a pretexto da guerra na Ucrânia. Ao que parece, Portugal não desarmou neste sentido, no caminho de encerrar estas unidades, de que a região foi caso exemplar, nomeadamente com o fecho da central da Mitrena, que consumia cerca de 5.280 toneladas de fuelóleo por dia, e a de Sines, que funcionava a carvão.

São passos decisivos que não devem desarmar, sob pena de continuarmos a consumar ameaças constantes à vida de todos nós nesta casa comum.