João Galamba esteve em Setúbal para visitar as instalações das duas empresas, que têm nas suas mãos um alargado leque de projetos e investimentos no ramo das energias renováveis, nomeadamente no segmento das eólicas offshore.
O Porto de Setúbal recebeu, na tarde de ontem, João Galamba, ministro das infraestruturas, para uma visita à Etermar e Lisnave, locais que vão acolher os futuros projetos e investimentos de energias renováveis, que estão na área de jurisdição do porto setubalense.
“As estruturas portuárias são condições necessárias para que Portugal possa avançar neste grande projeto do eólico offshore. Portugal tem o objetivo de produzir, montar, associando a um grande projeto da área de energia, de consolidar, de fazer crescer e trazer uma nova dinâmica ao setor dos estaleiros e da área marítimo-portuária, nomeadamente da construção” sublinhou João Galamba aos jornalistas.
O ministro aprovou aquilo que viu em Setúbal e deixou elogios. “A importância destas visitas, mostram que o país e em particular o distrito de Setúbal, seja no Porto de Setúbal, seja no Porto de Sines, tem de facto as condições para serem uma base fundamental para este projeto. Estamos de falar de projetos de dezenas de milhares de milhões de euros e o nosso objetivo é que esteja associado emprego, investimento, reinsdustrilização verde do país. Não há melhor exemplo das oportunidades que estes projetos encerram do que a nossa visita à Etermar e à Lisnave. São de facto instalações determinantes e o país tem sorte em puder contar com elas”, sublinhou João Galamba.
Sobre os projetos e investimentos, na Etermar está previsto o desenvolvimento de um parque eólico flutuante com 30 turbinas, até 600 megawatts, para ser instalado ao largo de Viana do Castelo, sendo ainda abordada a fabricação e deslize de plataformas de betão fabricadas pela Etermar, já aplicadas em concursos para parques eólicos no estrangeiro.
Quanto à Lisnave, estão previstos projetos em áreas como a reparação naval, construção de equipamentos para energias renováveis offshore e reciclagem naval. A empresa tem previsto para a próxima década um investimento superior a 200 milhões de euros, ao encontro da estratégia de Economia Verde definida pelo governo, mais concretamente a instalação de 10GW de potência eólica offshore até ao fim da década.
Aquando da assinatura do memorando entre a APSS e a Ocean Winds, realizada no dia 10 de março, com vista a o estudo, desenvolvimento e investimento em projetos no domínio da transição energética, com base as energias renováveis, em particular em projetos de eólica off-shore, João Galamba sublinhou a urgência na concretização destes investimentos.
Questionado pelo Semmais sobre esta sua preocupação, o ministro voltou a apontar a grande oportunidade para o país e para a região que estes projetos encerram. “De facto há uma urgência em começarmos a preparar o terreno e avançar projetos de natureza mais industrial para criarmos as bases para futuramente termos mais sucesso no leilão e concursos das eólica offshore. Estamos a trabalhar”, apontou.
Apesar da preocupação, as condições encontradas na Lisnave e Etermar parecem ter tranquilizado, de certa forma, o governante. “Aquilo que percebemos visitando o Porto de Setúbal, nomeadamente a Lisnave e a Etermar já têm atividade nessa área e já estão preparadas para avançar. Obviamente, daquilo que depender do governo queremos promover que esse avanço seja o mais rápido possível”, sublinhou João Galamba.
Na comitiva estiveram ainda Ana Fontoura, secretária de estado da Energia, José Costa, secretário de estado do Mar, Carlos Correia, presidente do conselho de administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), os responsáveis de ambas as empresas visitadas e outros convidados ligados ao setor e ao poder local.