Do projeto destaca-se a construção de novas fábricas de polietileno linear e de polipropileno. Para a obra vão ser mobilizados entre 550 a 1000 trabalhadores.
Arrancou, na passada quarta-feira, o projeto de expansão do Complexo Industrial de Sines pela Repsol, considerado de potencial interesse nacional, com um investimento avaliado em 657 milhões de euros.
Em causa, segundo a empresa, está a construção de duas novas fábricas de polietileno linear e de polipropileno, com a capacidade de produção de 600 mil toneladas por ano. O complexo passará a ter mais 38 hectares, além dos 143 que já ocupa. Juntam-se ainda, neste âmbito, programas de descarbonização e transição energética, em geração fotovoltaica, eletrificação, e outros em infraestruturas logísticas.
“A expansão do Complexo Industrial ilustra o compromisso da Repsol com Sines e em liderar a transição energética, promovendo a economia circular. O projeto faz parte da transformação industrial da companhia. Estamos a transformar os nossos complexos industriais em centros multienergéticos, de forma a revolucionar o setor industrial e criar emprego de qualidade”, sublinhou Salvador Ruiz, diretor-geral da Repsol Polímeros, no ato de lançamento da obra.
“Os novos produtos também serão 100% recicláveis e podem ser utilizados em aplicações altamente especializadas, alinhadas com a transição energética em setores como farmacêutica, automóvel ou alimentar”, revelou ainda.
A empreitada vai mobilizar “uma média de 550 trabalhadores, superando os 1.000 em momentos de pico”. Terminada a construção haverá “um aumento líquido de funcionários”, de “75 empregos diretos e cerca de 300 indiretos”.
“Este investimento, complementado com outros, em curso no complexo, vão contribuir para a descarbonização da economia portuguesa e para os objetivos de aumentar as exportações e diminuir as importações. Visa, ainda, desenvolver e expandir a capacidade industrial da região, aumentar a competitividade do país e criar oportunidades de emprego de qualidade”, sublinha a empresa.
Na cerimónia que marcou o arranque da obra estiveram presentes o primeiro ministro António Costa, e os ministros dos Negócios Estrangeiros, das Infraestruturas, da Economia e do Ambiente.
“Em junho de 2025, estas fábricas estarão a produzir e a exportar os polímetros”, declarou o líder do executivo, destacando que este “é o maior investimento industrial dos últimos dez anos”.
António Costa sublinhou ainda a importância de Sines como plataforma logística. “Este sistema logístico é complementado com a nova linha ferroviária, que entrará em pleno funcionamento no início do próximo ano e que permitirá, por exemplo à Repsol, exportar aquilo que produz por comboio para Tarragona e daí para toda a Europa”, disse.
“Este investimento da Repsol é um dos melhores exemplos do que é a descarbonização da indústria. A indústria química é fortemente consumidora da energia, mas a Repsol vai desenvolver um projeto de hidrogénio e assegurar polímeros recicláveis e verdes”, acrescentou o primeiro ministro.