Fazem parte do programa nomes como Miss Manouche, Mano a Mano, Tchavolo Schmitt, Daniel John Martin e Romance, Manouche Station e Dança Blues & Swing Lisboa.
O Festival de Jazz Manouche regressa em maio a Almada, com cinco espetáculos marcados para o Cine Incrível, entre os dias 18 e 21, nesta que é a segunda edição do evento.
“Temos a preocupação de procurar um equilíbrio entre os nomes já consolidados no mundo do jazz manouche e do jazz e ser também palco para artistas nacionais e emergentes neste estilo musical”, explica, em conversa com o nosso jornal, Gonçalo Mendonça que, juntamente com João Novais e a Almada Danada, é responsável pela organização.
“Havia alguma ambição para a edição deste ano. Além de dar continuidade ao trabalho que iniciamos na primeira, era importante internacionalizar o festival, trazendo nomes como Tchavolo Schmitt, e Daniel John Martin e Romane”, adianta.
A abertura do certame, no dia 18, pelas 21h00, está a cargo do quarteto Miss Manouche, formado por Ian Mucznick (voz e guitarra acústica), João San Payo (voz e baixo acústico), Luis Bastos (voz e clarinete) e Alcides Miranda (guitarra acústica), que recriam os êxitos radiofónicos das décadas de 1910 e 1920.
No dia seguinte, pelas 21h00, atua o duo de guitarras Mano a Mano, dos irmãos madeirenses André e Bruno Santos, seguindo-se, a partir das 22h00, o guitarrista francês Tchavolo Schmitt, um dos primeiros nomes internacionais a atuar, pela primeira vez, no evento. O outro nome estrangeiro, vindo de Paris, Daniel John Martin e Romance, sobem ao palco no dia 20, pelas 21h00.
O festival encerra a 21 com Manouche Station e Dança Blues & Swing Lisboa, um grupo formado por João Novais (contrabaixo), Gonçalo Mendonça (guitarra), Paulo Rosa (guitarra) e João Silva (violino), acompanhado pelos bailarinos da referida escola de dança.
Django Reinhardt é o pai do Jazz Manouche
O estilo que junta o jazz à música tradicional e de raiz cigana nasceu pelas mãos do belga de etnia cigana Manouche Django Reinhardt, que viveu entre 1910 e 1953.
“Django apaixonou-se pela música norte-americana, na altura swing, por causa de grandes nomes como Duke Ellington e Louis Armstrong. A partir daí deu o seu toque pessoal cigano e foi trilhando os primeiros passos do Jazz Manouche”, explica Gonçalo Mendonça.
“Estamos a falar de um jazz muito acessível e contagiante e que dá para dançar. Podemos dizer que as pessoas, quando conhecem o estilo, não acham tão estranho como o jazz comum, que por si também é um nicho e muitas vezes é olhado como fechado e para um publico muito especializado”, acrescenta.
A expectativa é que o género musical continue a ganhar espaço no país, com a ajuda deste festival. “É um caminho longo que temos de percorrer. Sabemos que o estilo é ainda muito pouco conhecido e divulgado, mas com o trabalho e a dedicação que estamos a ter certamente pode crescer”, aponta Gonçalo Mendonça.