Os tempos presentes não são fáceis. Não o são no nosso país, nem fora dele. Há quem diga, a propósito, “com o mal dos outros podemos nós bem”. Insensibilidade à parte, a coisa já não é assim. A aldeia agora é global e os efeitos de contágio são reais. A pandemia inesperada, a guerra incalculada, os efeitos das alterações climáticas na produção de bens essenciais, a indesejada inflação, ,…, traçam imprevisibilidades que exigem dos governos, e do nosso, obviamente, respostas adequadas que minimizem os impactos na vida das pessoas, das famílias e das empresas.
Honestamente, desde que o Governo socialista assumiu funções, há 7 anos atrás, não tem sido pera doce. Quatro anos, os primeiros, a repor o somatório de subtrações que marcaram a governação de Passos e Portas, que as executaram muito “para além da Troika”. Seguiu-se o que bem se sabe, 2 anos de covid e, agora, o que se sente.
Foi por isso que gostei de ver o distrito de Setúbal receber, nos dias 29 e 30 de março, o Governo + Próximo. Gostei porque, respondendo às dificuldades do momento, o Governo não deixa de pensar em estratégias futuras para o território, na linha de que tem de haver mais vida para além da incerteza.
Foi intenso o programa em que os membros do Governo, Ministros e Secretários de Estado, bateram os treze concelhos. Estiveram com atores e projetos impactantes para a região. E, particularmente, acrescentaram mais sentido à marcha. Deram valor e reconheceram a importância do distrito no todo nacional.
Sem deixar de sinalizar a recente conquista da constituição da Península de Setúbal como NUTS II e NUTS III, que viu o processo fechado com a publicação, em 24 de março último, no jornal oficial da União Europeia, o Governo anunciou importantes projetos, sendo que a terceira travessia do Tejo está presente no plano nacional ferroviário.
De salientar a abordagem da mobilidade, tema fundamental para que a circulação se torne facilitada e atrativa para a atividade económica e potenciadora de emprego. Nessa linha a expansão do Metro de superfície, quer para a Costa da Caparica, quer para outros concelhos, as ligações do Barreiro, quer ao Seixal, quer ao Montijo, um terminal fluvial na Moita e a ligação ferroviária Sines-Caia, anotam um traçado estratégico.
O Arco Ribeirinho Sul não podia deixar de estar na carteira de objetivos, até porque é necessário dar-lhe novo folgo e foi isso exatamente que foi anunciado.
Na saúde foi bom ver iniciar a ampliação do Hospital S. Bernardo, registar que o processo de construção do Hospital de ambulatório do Seixal tem previsão de arranque e que novos centos de saúde ou já entraram em funcionamento ou têm processos sólidos em curso.
Na habitação o pacote para o distrito, com o envolvimento dos municípios, dão esperança, até porque o suporte financeiro através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem de ter concretização num período de tempo muito exigente.
E por mencionar o PRR, há que valorizar os já 9 mil projetos aprovados, com financiamento de 731 milhões de euros. Notícia promissora para o distrito.
O Governo veio cá, olhou o território e as suas gentes olhos nos olhos. Deu a cara. Foi um Governo + Próximo, como deve ser!