Peregrinos, voluntários e freiras que vieram propositadamente do Brasil para Portugal para participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), encheram hoje o recinto do Santuário de Cristo Rei, em Setúbal, e mais do que diferenças, apontaram semelhanças ao “seu Cristo Redentor”.
Estes participantes, a maioria dos quais estão pela primeira vez em Portugal, iam-se espalhando pelo jardim à sombra das árvores, na entrada para visitar o Cristo Rei ou a observar e a tirar fotografias à ponte 25 de Abril, bem visível do santuário.
À pergunta “qual dos cristos é mais bonito e imponente”, se o português ou o brasileiro, a resposta era sempre antecedida de um sorriso nervoso e hesitante.
“Essa é uma pergunta difícil, não posso dizer qual o mais bonito, mas a ter de responder lógico que vou dizer que é o Cristo Redentor do Brasil porque sou brasileira”, afirmou uma freira da Congregação das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus Jaqueline de Oliveira.
Natural de São Paulo, mas a viver em Itália há 16 anos, Jaqueline de Oliveira disse que as semelhanças entre o Cristo Rei, em Portugal, e o Cristo Redentor, no Brasil, são muitas e evidentes, desde logo o coração de Cristo presente numa e noutra estátua que “une os dois países, os torna irmãos e os aproxima de Deus”.
Falando em imagens semelhantes, a freira referiu que uma das diferenças que encontra entre as duas estátuas poderá ser a altura que, frisou, em nada interfere na mensagem que transmite.
Apontando também a diferença de altura, Kauan Pinheiro, missionário da Aliança de Misericórdia, vincou que os “dois cristos” têm os braços abertos como que “a abraçar Portugal e o Brasil”.
A imagem de Cristo Rei, de braços em cruz em Almada, no distrito de Setúbal, tem 110 metros de altura, sendo 28 da imagem e 82 do pedestal. Já o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, no Brasil, tem 38 metros de altura, sendo 30 da imagem e oito do pedestal.
Pela primeira vez em Portugal, o missionário, de 25 anos, decidiu vir à JMJ por ser uma “oportunidade única de estar junto do maior da Igreja Católica”, referindo-se ao Papa Francisco que, na próxima semana, estará em Lisboa.
O desejo de ver o Papa é também partilhado pela freira do Divino Infante Maria Rodrigues da Silva que fala numa pessoa “muito importante porque é o sucessor de Pedro”.
Na esperança que os jovens que vão estar na JMJ descubram porque é que Cristo os “chamou à participar neste encontro”, Maria Rodrigues da Silva, de 25 anos, sublinhou que Portugal e o Brasil estão “unidos pelo coração da Virgem Maria e pela fé”.
“A fé que nos une é a mesma, devemos muito aos portugueses pela transmissão da fé desde o início do descobrimento do Brasil”, asseverou.
Antes de entrar para a missa que decorria numa tenda colocada no santuário, uma das voluntárias que vai estar no acolhimento de peregrinos na JMJ, Laida Miranda, natural de Minas Gerais, no Brasil, assumiu à Lusa que tanto o Cristo Rei como o Cristo Redentor deixam os visitantes de “queixo caído”.
“Os dois têm particularidades e deixam as pessoas de queixo caído de tanto esplendor”, sublinhou.
Apontando uma “forte ligação” entre os dois países, Laide Miranda revelou que decidiu participar pela primeira vez numa JMJ por, este ano, ser em Portugal.
Este foi também um dos motivos que levou outra brasileira, Gisele Pereira, a vir à jornada, cumprindo assim um “sonho antigo”.
Igualmente voluntária, Gisele Pereira, que ressalvou as semelhanças entre portugueses e brasileiros e a “beleza dos dois países”, espera que existam muitos jovens a converterem-se à Igreja Católica e ao Cristianismo.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ realiza-se em Lisboa, entre segunda-feira e domingo, com a presença do Papa Francisco, sendo esperadas mais de um milhão de pessoas.