Autoeuropa suspende produção devido a falta de peças de fornecedor esloveno

Administração afirma que a paragem da produção deverá ter lugar a partir da primeira quinzena de setembro e que se deverá prolongar por algumas semanas.​​​​ Coordenador da Comissão de Trabalhadores diz que “é sempre um motivo de grande preocupação”.

A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, vai suspender a produção a partir da primeira quinzena de setembro, devido à falta de peças provenientes de um fornecedor severamente afetado pelas cheias de agosto na Eslovénia, anunciou na segunda-feira a empresa.

“Na origem do problema está a falta de peças produzidas por um fornecedor na Eslovénia e que são essenciais à construção de motores”, justifica a empresa do grupo Volkswagen em comunicado enviado aos trabalhadores, adiantando que o fornecedor esloveno foi “severamente afetado pelas cheias que aconteceram no início de agosto”.

No comunicado enviado esta segunda-feira aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, a fábrica de automóveis de Palmela, no distrito de Setúbal, não adianta qualquer data previsível para o reinício da produção.

A administração da Autoeuropa esclarece, no entanto, que a paragem da produção deverá ter lugar a partir da primeira quinzena de setembro e que se deverá prolongar por algumas semanas.

A empresa refere também que o Grupo Volkswagen não só está a dar suporte técnico ao fornecedor esloveno para o reinício da produção, como também está a trabalhar para encontrar #alternativas junto de outros fornecedores para voltar a normalizar a produção nas fábricas afetadas com a maior brevidade possível”.

A Autoeuropa salienta ainda que a direção da fábrica “está a acompanhar a situação com o Grupo Volkswagen” e admite que o “cenário poderá alterar-se consoante o fluxo da cadeia de abastecimento”.

Confrontado com a suspensão da produção anunciada na hoje pela fábrica de Palmela, o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Rogério Nogueira, disse que “uma paragem de produção é sempre um motivo de grande preocupação para os trabalhadores”.

Trabalhadores esperam que haja “o mínimo impacto no rendimento dos trabalhadores”

“Mas pela nossa parte tudo faremos para que seja possível encontrar soluções que não tenham impactos negativos para a vida dos trabalhadores”, concluiu o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa.

Em declarações à TSF, Rogério Nogueira disse que ainda falta perceber “objetivamente” a dimensão “exata da paragem que vai acontecer”.

“Até lá, não vale a pena sofrermos por antecipação”, destacou.

Explicou que a primeira ferramenta a usar agora são os downdays (dias de não produção, em que os trabalhadores ficam em casa sem que redução de rendimentos) e reiterou: “da nossa parte tudo faremos, certamente iremos chegar a um entendimento para que haja o mínimo impacto na vida e no rendimento dos trabalhadores”.