A Coordenadora das Comissões de Trabalhadores (CT) do Parque Industrial da Autoeuropa teme que a paragem de produção anunciada para setembro pela fábrica da Volkswagen, em Palmela, possa colocar em causa postos de trabalho de diversas empresas.
“O impacto será bastante significativo em muitos dos fornecedores”, disse hoje à agência Lusa o coordenador das CT do Parque Industrial da Autoeuropa Daniel Bernardino convicto de que os “trabalhadores temporários e os contratados, que são mais vulneráveis, poderão vir a ser os mais afetados pela paragem de produção na fábrica de automóveis de Palmela”.
“É preciso encontrar algumas soluções para estes trabalhadores temporários e contratados, porque todos eles representam famílias, mas também para os trabalhadores efetivos das empresas do parque industrial da Autoeuropa, porque todos estamos numa situação complicada”, acrescentou Daniel Bernardino.
Para o coordenador das CT do Parque Industrial da Autoeuropa, “as empresas que não tiverem flexibilidade, como os ‘down-days’ (dias de não produção), vão enfrentar uma situação mais complicada”.
“Aquelas empresas que têm dias de não produção também estarão numa situação complicada, mas podem ir arrastando o problema mais para a frente, porque os ‘down-days’ também não são em número suficiente para fazer face a tantos dias de paragem”, acrescentou.
Segundo Daniel Bernardino, de acordo com as informações, não oficiais, transmitidas à Coordenadora das CT do Parque Industrial, a paragem de produção na Autoeuropa poderá ter início no dia 11 de setembro e poderá prolongar-se por um período de duas a seis semanas.
A fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, anunciou na segunda-feira que vai suspender a produção a partir da primeira quinzena de setembro, devido à falta de peças provenientes de um fornecedor severamente afetado pelas cheias de agosto na Eslovénia.
A empresa garante, no entanto, que o Grupo Volkswagen não só está a dar suporte técnico ao fornecedor esloveno para o reinício da produção, como também está a trabalhar para encontrar alternativas junto de outros fornecedores, para voltar a normalizar a produção nas fábricas afetadas com a maior brevidade possível.
A fábrica de automóveis da Autoeuropa, com cerca de 5.000 trabalhadores, produziu o ano passado um total de 231.100 automóveis, cerca de 71% dos veículos produzidos em Portugal em 2022.