Em seis meses morreram 23 pessoas nas estradas do distrito

Sinistralidade rodoviária aumentou 9,2 por cento. As vias do Litoral Alentejano, nomeadamente nas zonas de Alcácer do Sal e Santiago do Cacém, continuam a ser as que apresentam maiores problemas.

No primeiro semestre deste ano morreram 23 pessoas em acidentes de viação ocorridos nas estradas do distrito de Setúbal que, foi, em todo o país, o segundo com pior registo nesse aspeto. A sinistralidade rodoviária, fazendo a comparação com igual período de 2022, aumentou 9,2 por cento. O excesso de velocidade na autoestrada e as más condições de diversas vias, sobretudo nos concelhos do Litoral Alentejano, ajudam a explicar os números.

O relatório de sinistralidade da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulgado, recentemente, releva o aumento dos acidentes no distrito, que em termos de vítimas mortais só é suplantado pelo Porto (34 pessoas falecidas, o que corresponde ao dobro do verificado no primeiro semestre do ano anterior). Em Setúbal faleceram mais sete pessoas do que no primeiro semestre de 2022, o que representa um acréscimo de 43,8 por cento.

Para além dos mortos, o relatório da ANSR refere ainda 1.295 acidentes (no semestre do ano transacto foram 1.186), 84 feridos graves contra 100 no período comparativo (decréscimo de 16 por cento) e 1.520 feridos ligeiros (em 2022 contaram-se 1.419), o que representa uma subida de 7,1 por cento.

Principais pontos negros são no Litoral 

Alguns dos pontos negros da estradas do distrito localizam-se nos concelhos de Alcácer do Sal e Santiago do Cacém, conforme disse ao Semmais Dinis Silva, membro da Comissão de Utentes do Litoral Alentejano. “Temos alertado inúmeras vezes para a necessidade de se criarem melhores condições de circulação em diversas estradas. As câmaras também se têm mostrado críticas mas, até ver, o Governo parece ter ignorado todas as reclamações e o número de acidentes, que fazem perder vidas e bens”.

Dinis Silva entende que no Litoral é preocupante o estado de conservação do troço que vai desde a localidade de Palma até Alcácer, assim como os setores que fazem ligação entre Santiago do Cacém e Cruz de João Mendes e Alcácer até Santa Susana (Montemor-o-Novo): “Há cerca de oito anos o Governo fez obras em 14 quilómetros, na estrada que faz a ligação entre Alcácer Sul e Grândola Norte. Esqueceram-se, no entanto, de fazer o mesmo em relação aos 16 quilómetros entre Palma e Alcácer, que conduz ao IC1. Esse pedaço de estrada é talvez o que tem maior sinistralidade. Quando não há acidentes mortais ou com feridos, há sempre danos elevados”.

“As estradas estão, muitas vezes, mal concebidas. Têm muitas lombas e curvas, mas o pior é o piso. Os buracos são imensos e são causadores de muitos acidentes e de prejuízos elevados”, acrescentou, lembrando também que o trânsito intenso de viaturas pesadas provenientes da zona portuária de Sines é outro dos fatores que leva à constante degradação das vias.